sexta-feira, 18 de abril de 2008

Imensidades





A voz das estrelas fala,
pelo lume dos meus olhos,
da vaga lembrança
do universo que fui.
Voz estelar:
Lanterna das quimeras astrais.

Meu corpo é ruína de pulsares
quasares: quasímodo.
Monstro de rutilância obscura!
Destroços de constelações silenciadas.
Adaga de luz fria
trespassada no espírito...

Minh'alma grita o silêncio
das estrelas mortas.
O universo se abisma em mim!
O silêncio é a medida justa
do que não se aguenta em dor:
ferida e mágoa.

Veja o som que floresce
nos búzios da voz!
Vem do a-Mar
Mar é meu rumor: espaço sideral!

Marinha estrela adivinha
o silêncio espumante
na vaga que afaga
o que em vão se afoga:
eu, anos-luz do meu Eu.

Silêncio da imensidades:

Céu e Mar.

Me esmaga o assombro de infinitos!

E eu que só sei ser feliz quando cessa
o silêncio da minha essência,
vislumbro a matéria típica do cosmo,
matéria que engendra o que sou:
distância, espaço e vazio.





27.08.2006

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...