sexta-feira, 18 de abril de 2008

Os Estados






Os dias agora
vão em vão
assim: eu
Morno tépido
insosso até o osso
dia-a-dia
As impressões
minhas digitais
são sempre iguais
leem o mesmo
marasmo retilíneo
Não há relevo relevância
Levo relevo elevo o velo
do fastio: animal cansado
Qual é a superfície
a reentrância
A geografia uniforme do tédio
dá o grau do clima
temperatura desbotada ocre
As tardes sempre iguais
Sempre a mesma hora
a qualquer hora
Os ponteiros desapontam
marcam parados
o desgosto do instante
Indiferentes manhãs inóspitas
Flácidas horas de pasmaceira
dias secos e sem horizontes
Modorra na hidrografia
do meu pranto
No mapa do meu ser
todos os estados têm o tédio
por capital
Desgosto glacial
Um belo horizonte vertical
minas não há mais
Qual é o meu estado




Torres Matrice

24.04.2006

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