quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Revistas de glamour: uma fábrica de ilusão.

Poses de Revistas




Crítica ao absurdo e ao artificial do mundo do glamour e da moda que nos vendem as revistas. A imagem distorcida da mulher que difundem através das modelos "fabricadas" que não representam a mulher real. Utilizando poses impossíveis dos editoriais de moda, um grupo de mulheres reais transportam essas poses enganosas, idealizadas, para ambientes do cotidiano: a porta de um museu, de um supermercado, num semáforo, provocando a reação das pessoas.

Western Spaghetti - Criado por PES - Receita de como fazer um Western Spaghetti







Western spaghetti é como são chamados os westerns realizados por diretores italianos. Embora fossem produzidos na Itália, a grande parte dos filmes era rodada na Espanha, na região da Almería, que se parecia com o Velho Oeste Americano. Nessas produções havia atores das mais diversas nacionalidades: americanos, italianos, espanhóis, alemães, etc. Foram feitos mais de 600 filmes entre 1963 e 1977. Esses filmes eram uma maneira do cinema europeu faturar em cima do sucesso dos westerns americanos, que estavam em baixa em Hollywood na época. Já no fim da década de 1960 os filmes decaíram de popularidade. No Brasil, convencionou-se chamar este estilo de filmes por "Bang-Bang à Italiana" , emprestando o nome de uma famosa sessão de filmes da TV Record e TV Bandeirantes, exibida até meados dos anos 1980.

Conversando com meus amigos, leitores desta lavrapalavra













Amigos leitores, lavradores desta lavrapalavra, semeadores e a/colhedores:




Há muito tempo sinto-me tocado e incomodado por um tema polêmico e um tanto quanto sensível, pois envolve questões antropológicas, relatividade cultural e etnocentrismo. Abomino os "senhores da verdade" e ditadores de padrões culturais, contudo penso que podemos, pelo menos, sensibilizarmo-nos perante alguns comportamentos culturais e suscitar debates e questões acerca dos mesmos.


Será que não existe um limite para a relativização cultural? Será que um determinado rito de passagem que viole os direitos humanos, a cidadania e a integridade física e moral de uma mulher, não pode ser questionado pelo menos?
Refiro-me à infibulação feminina ou circuncisão do clitóris. Esta é uma prática milenar e comum em muitos países.



Em 1986, lendo uma reportagem sobre este assunto, deparei-me com uma foto de uma criança africana, mais precisamente do Quênia,  flagrada no momento da circuncisão. A expressão do rosto e do olhar da jovem arrebatou-me de tal forma que jamais esqueci "a menina dos olhos da menina"... Subjetivamente, aquela expressão era um texto transcendente, uma mensagem tamanha de indignação e desumana dor!  Sendo poeta, naturalmente, não havia como escapar-me a expressão e a poesia de dor que daqueles olhos minavam.



É claro que, naquele ano, procurei informar-me melhor sobre este assunto e engendrei, obviamente, um poema para sublimar e homenagear aquela criança que jamais saberá o quanto fiquei tocado pela sua expressão.



Não pude ficar inerte, precisava fazer algo e fiz: divulguei tal assunto, debati, conversei, informei-me e protestei, ainda que em forma de arte.



Recentemente assisti ao filme "Flor do Deserto" e, novamente, achei que deveria retomar aquele poema que fiz naquela década, pois toda a memória da expressão de dor daquela menina do Quênia me assolou outra vez. Indico o referido filme e posto o meu poema, abaixo. Espero que vocês sintam-se provocados e estimulados a filosofar sobre o que é,ou não, relativo nas nossas culturas. 


Qual é o limite de uma tradição? O quanto uma imagem de sofrimento de uma criança, advinda de uma prática cultural, pode tocar nossas vidas?



Jamais esquecerei a minha menina... Será que ainda vive? Será que ainda está no Quênia? Será que se tornou uma linda mulher? Será que se conformou à violência daquela cultura? Por onde andará a minha menina do Quênia?










Torres Matrice


31/08/2011

Circuncisão Feminina ou Infibulação - Você sabe o que é isto?



Já foram contabilizados 140 milhões de mulheres, que foram mutiladas sexualmente. Estas mulheres são literalmente dilaceradas pela amputação dos seus órgãos sexuais. Cerca de 6 mil meninas, a cada dia, são estropiadas por esta violência. Cortam-lhe o clítoris, com facas, lâminas, vidros, sem a mínima assepsia, nem anestesia. A mutilação retira a liberdade de escolha para toda a vida. Contra esta aberração, que ceifa milhares de vidas em tenra idade, não há resoluções das Nações Unidas.



140 milhões é o numero de mulheres que já foram submetidas a uma das práticas mais hediondas, e que representa um verdadeiro atentado à vida e à saúde da mulher. A prática a que me refiro denomina-se Circuncisão Feminina ( Infibulação ), mais conhecida como Mutilação Genital Feminina – MGF. E a cada ano que passa, este número aumenta em 2 milhões. Estima-se que esta tradição bárbara se pratique em cerca de 29 países do continente africano e em 3 do Médio Oriente. Contudo, esta prática expandiu-se também aos chamados países civilizados da Europa, onde é praticada no seio das pequenas comunidades emigrantes provenientes dos locais já referidos.
    Nos países onde é praticada, a MGF é considerada um pré-requisito para as jovens mulheres contraírem matrimónio. Os homens recusam-se a casar com uma mulher não-excisada , esta chega a ser considerada um híbrido de mulher. As mulheres vítimas da excisão têm o seu desejo sexual reduzido, daí que diminua também a promiscuidade sexual, a vida sem sexo chega a ser mais tolerável. A mutilação é, assim, uma segurança quanto à fidelidade da esposa e quanto à castidade da noiva (o que nem sempre é verdade).
    A MGF é uma tradição baseada em conceitos errôneos, existe a crença de que os órgãos genitais femininos são 'impuros’ ou ‘sujos’ pelo que, só através da extirpação ficam purificados. Baseia-se também na ideia de que só o homem tem o direito de desfrutar do prazer sexual. Além de discriminatória, esta prática é extremamente perigosa, uma vez que não envolve quaisquer cuidados higiênicos. Os materiais usados não são esterilizados, muitas vezes estão enferrujados e é comum a utilização dos mesmos instrumentos para varias excisões (o que poderá levar à propagação de doenças como, por exemplo, a Sida). Entre esses instrumentos estão as facas, pedaços de vidros, laminas, gelo, pequenos troncos de árvore, espinhos, folhas e ervas. É, por isso, muito frequente a ocorrência de infecções graves que, quando não levam à morte, provocam danos na saúde reprodutiva, nomeadamente, a infertilidade.

Infibulação ( Meninas D'África )








Adolescente da aldeia do Quênia,
teu grito na foto o pânico ateia.
Carpindo-te meu susto pranteia!


Junto a ti lanço meu grito:
- Rito dor mito -
pela dor que é tua, mas eu sinto,
pelos olhos que são teus,
mas eu leio:
- lacrimais...


Ritual milenar que adolesce
todo dia na flor da menina
- menina do Quênia.
Menina dos olhos meus:
eu vejo!


Tradição pode ser dor:
a dor é mais velha que a cultura.
Sutura da alma na carne,
palma da mão de Deus
perfurada em cruz fixa.
Sangue dos breus.


Negra criança africana, tu choras,
agonizas inocente, poente, agora!


Adolescentes do Zaire
Niger, Nigéria... Ninguém gera...
Era tanta aflição atrás da vida!
O acaso dita a dor atroz da lida.


Mali, Burkina Faso, Costa do Marfim...
Que fazer - ai de mim! -
com aquela expressão?


Vi na foto antiga:
sucumbias na ingenuidade,
idade da flor - maldade!


Veleidades primitivas, assiduidades...


Menina da Guiné, Serra Leoa
Senegal, Chade, Sudão:
genital mutilação...
Relativismo antropológico,
lógico!, filhas da tradição!


Uganda, Eritreia, Gâmbia, Libéria...
Libera, libera, libera,
libera tanta dor,
negra dor!
Extirpação do clitóris...
Infibulação de pura cor vermelha,
flor de adolescer
pensamento...


Facas, tesouras, giletes, cacos de vidro...


Cacos de vida, ecos da morte:
instrumentos de uma concepção,
de um tempo, de um povo:
machismo, ilusão...


Relativismo cultural?


Sempre macho é o poder...








Torres Matrice


21/11/96

Cinema - Flor do Deserto




Baseado no best seller Desert Flower, é autobiografia da modelo somali Waris Dirie (Liya Kebede), circuncidada aos cinco anos e vendida para um casamento arranjado aos 13 anos. A garota fugiu, atravessando o deserto por dias até chegar a Mogadishu, capital da Somália, onde passou o resto da adolescência sem ser alfabetizada. Ao trabalhar em um restaurante fast food, foi descoberta pelo fotógrafo Terry Donaldson que a levou para os Estados Unidos, onde se tornou uma modelo mundialmente conhecida, além de ser embaixadora da ONU no combate à mutilação genital feminina.

Cinema ( Indicação ) - Pela importância do tema






Existem temáticas tão fortes, que para não serem rejeitadas pelo público, precisam estar vestidas de uma aparência mais suave, mais palatável. É o caso desta interessante versão de um best-seller de Waris Dirie, que ao passar para o cinema pelas mãos de uma americana radicada na Alemanha, Sherry Horman, precisou de uma embalagem sofisticada e romântica.


Algumas vezes já ouvimos falar da absurda e revoltante prática de certas nações, no caso, a Somália, que quando uma criança feminina tem três anos de idade, é levada para encontrar uma mulher que lhe corta, ritualisticamente, o clitóris e costura a vagina, de forma que ela só poderá ter relações com o marido, que terá que usar uma faca e nunca poderá ter prazer sexual.
Mas pela primeira vez, ao menos no cinema comercial, se conta esta história a partir da vida real de uma negra alta e bonita. Waris, que é vivida por uma modelo, belíssima, chamada Liya, que vem da Etiópia, já esteve em O Senhor da Guerra e O Bom Pastor e é modelo de sucesso. Aliás, uma escolha perfeita para o papel. Além de tudo, ela é boa atriz, natural, espontânea e faz tudo certo. Acontece que Waris conseguiu fugir de casa - e de um casamento arranjado com um homem mais velho - e ir trabalhar com parentes distantes, como serva de uma família que vivia na Inglaterra, como diplomatas.

Quando são obrigados a voltar ao país, ela foge novamente e vai vivendo nas ruas até conseguir fazer amizade com uma inglesa vendedora de loja de sapatos, feita por Sally Hawkins, que faz tudo muito parecido com o filme anterior dela, Simplesmente Feliz.

Aos poucos vão se revelando seus segredos e ela consegue impressionar um famoso e excêntrico fotógrafo (Spall, outro da turma de Mike Leigh), que a leva para uma carreira de modelo, com as dificuldades com passaportes, vistos e tudo o mais, levadas como comédia.
A história de sua castração vai ficar para o final, porque se não tivesse esse jeito de conto de fadas seria quase insuportável. Mas é uma denúncia importante de existir e acontecer, tão estúpida que é difícil de acreditar. Por isso mesmo que este Flor do Deserto é importante e deve ser apoiado.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Tangolomango











Me atiça provoca inflama
um ir e vir que roça
bossa sem temores:
Palavras me assaltam
faltam
põe-me a cabeça à roda


Palavras inquietas Palavras!!!


Sedução movimento
alento que vai se chegando
esfrega coça induz
 :luz


Agora quem quer sou eu!!!


Aceso pela ideia
borilo o conceito
aceito
- contradança
avanço e me lanço
lenço papel grafite...


Desejo a estética do belo
velho poeta seduzido:
habanera e milonga
compasso binário
a Palavra e eu
sincopados langorosos
num andamento moderado


A palavra é tango
lúdica incita excita
tangolomango
mangando de mim
feitiço
é isso!!!


Tango indecente tango
diálogo da sedução
ardil ardor 
viril


Gardel me assombra
sombra se nota 
na letra nascente
tango-canção
Piazzolla me assola
arroubo e rompante 
romper crescer


Trago fúmeas espirais
fumaça-ideia
aspiro o veneno
componho um verso


Apanho a linguagem
danço conforme a dança
na língua afiada 
me corto
danço conforme a letra


E você leitor...
Voyeur de baile literário!
Espectador ocasional!
Você espia: 
saltos que se roçam
sapatos apertados
um entrelaçar de pernas
na dura composição


Sedução complexidade exibição
fascínio ardor deslumbramento
sensualidade


A palavra é mulher
dançarina de tango
e eu...
...


Eu sou o assombro 
no abandonéon dessa hora!






Torres Matrice

30/07/2011



Bajofondo - Pa' Bailar (Fiesta Tanguera-Electronica)






Bajofondo ou Bajofondo Tango Club é um grupo formado por vários músicos contemporâneos argentinos e uruguaios. Este grupo aproxima-se de outros projetos de tango eletrônico como o Gotan Project.

Acredito nas flores vencendo o canhão


domingo, 28 de agosto de 2011

Chico: Bastidores - "Sinhá"


Clipe da música "Sinhá" - Chico Buarque e João Bosco - Lançamento Biscoito Fino 



Sinhá
Chico Buarque e João Bosco
De: Chico Buarque e João Bosco

Se a dona se banhou
Eu não estava lá
Por Deus Nosso Senhor
Eu não olhei Sinhá
Estava lá na roça
Sou de olhar ninguém
Não tenho mais cobiça
Nem enxergo bem

Para que me pôr no tronco
Para que me aleijar
Eu juro a vosmecê
Que nunca vi Sinhá
Por que me faz tão mal
Com olhos tão azuis
Me benzo com o sinal
Da santa cruz

Eu só cheguei no açude
Atrás da sabiá
Olhava o arvoredo
Eu não olhei Sinhá
Se a dona se despiu
Eu já andava além
Estava na moenda
Estava para Xerém

Por que talhar meu corpo
Eu não olhei Sinhá
Para que que vosmincê
Meus olhos vai furar
Eu choro em iorubá
Mas oro por Jesus
Para que que vassuncê
Me tira a luz

E assim vai se encerrar
O conto de um cantor
Com voz do pelourinho
E ares de senhor
Cantor atormentado
Herdeiro sarará
Do nome e do renome
De um feroz senhor de engenho
E das mandingas de um escravo
Que no engenho enfeitiçou Sinhá

Chico: Bastidores - "Se Eu Soubesse"


Clipe da música "Se eu Soubesse", faixa 5 do novo cd de Chico Buarque "Chico" lançado pela Biscoito Fino.
Participação especial : Thais Gulin

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

CONTORNO ( poema de Torres Matrice ) Torres Matrice







A leveza da luz insinua-se pela casa em traços insuspeitos. Sua geometria estampa sobre os móveis, em paredes, assoalho e no ar, uma inconfessável verdade: a ausência decora, num mosaico de lembranças, secretas miradas na arquitetura do lar. Sombras e luzes disputam a manhã vazia de um adeus sem fim. Tudo aqui é contorno de dor delimitando o dia em que a falta incauta criou lastro de estranheza e solidão no mobiliário silente. Veja, repare, preste atenção: a decoração sabe de cor o olor, o cheiro, a temperatura do corpo de quem já não mais está. Tudo se ressente e sente a falta. Os sons da voz, do riso-guizo, o friso entre a cornija e arquitrave ainda acalenta-os. A casa rumoreja, entre um vão e uma parede, o espectro da alegria que estivera outrora em meio a almofadas e sofás. A sombra, a força, o aroma, a luz: hoje ainda é ontem na ilusão da casa. O frescor da água, o banho, o perfume e o sabonete, a sensação da pele, o toque da mais pura sensação. Houve um tempo em que a vida aspergia beleza, certeza e nobreza e a casa vivia repleta de um úmido futuro sem fim. Para onde vai toda a verdade depois que a casa desaba? E a leveza da luz insinua-se pela casa em traços de um vago pensamento, como um silêncio, às avessas, que não quer ter fim.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Brutalidade Banal: um novo tipo de crueldade no Brasil - Clique na setinha à esquerda para ouvir a crônica de Arnaldo Jabor

Dissolvido








A noite não cabe em si
siderada não cabe em mim
minhas noites de Nuit

Nitente egípcia estrela
ela é fluida substância
ânsia a derramar
mar

Doida rama de segundos
se espalhando esparramando
amando o espaço 
amando os passos
a mando de quem?

Frestas festas tu me infestas
tu noite!
a mando de quem?

Os laços amassos
todo brinde 
o alinde 
delíquio de estrelas
enchente de negror e brilho
trilho de tesão e fulgor
Nuit

A noite não cabe em si
gozo fecundo
inunda meu quarto 
inunda minha vida
transborda as comportas
invade minha porta
verte a janela
e me veste de luto:
bruto vulto

- Dissoluto é o sêmen de um deus!




Torres Matrice


17/08/2011



Poema "Herança" de Torres Matrice - Música Instrumental de Guilherme Arantes - Pianossaurus Rex - Torres Matrice

Herança








O mundo dos colossais e tristes primitivos:
a distância entre nós, o tempo ido...
Mítico tempo morto.
O tempo além do tempo...


Os solitários animais altivos
na imensidão do princípio:
o começo de tudo, o nada!


A melancolia dos vazios:
o olhar de um tempo raro,
a vastidão e a vida...


A contemplação
revolve certa pedra
de latente sentimento:
o bruto e o amaro.


Ancestral sentimento,
herança da idade do tempo.
Cristalizado, ainda mora,
aqui, no peito,
cavernoso peito,
como ecos doridos
de idos tempos jurássicos,
d'onde achei
esta tristeza de caverna,
aquela pedra primeira.


Ela vem
do amalg.amado lamento,
dor calada,
de um pterodáctilo
ferido.


O primeiro silêncio de dor
é meu.





Torres Matrice

sábado, 13 de agosto de 2011

Maria Bethânia - Melodia Sentimental - Villa Lobos






Trechos extraídos do ótimo documentário "Maria Bethânia - Música é Perfume".


"(...) A voz é minha, mora em mim, mas é uma expressão de Deus".

Lançamento 2005
Direção - Georges Gachot
Distribuição - Biscoito Fino

Melodia Sentimental

Composição Dora Vasconcellos / Heitor Villa-Lobos

Acorda, vem ver a lua
Que dorme na noite escura
Que surge tão bela e branca
Derramando doçura
Clara chama silente
Ardendo meu sonhar
As asas da noite que surgem
E correm o espaço profundo
Oh, doce amada, desperta
Vem dar teu calor ao luar
Quisera saber-te minha
Na hora serena e calma
A sombra confia ao vento
O limite da espera
Quando dentro da noite
Reclama o teu amor
Acorda, vem olhar a lua
Que dorme na noite escura
Querida, és linda e meiga
Sentir meu amor e sonhar.





sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Emplastro










O barraco ainda
na mirada da lembrança
lança sua arquitetura
de medo e assombro
ombro ombra
sobre as campas 
da recordação

Parede encharcada
cada lágrima de conta e sal
Multiplicação da dor:
o milagre que não se divide
o pão que o diabo mascou
e a fome sem nome
na barriga da miséria

Travesseiro pesado
enxerto de duras penas
a custo de um pesadelo
desvelo da maldade
elo
belo trabalho do Mal

Agora é nada
emplastro 
lastro rastro resto
tédio



Torres Matrice

11/08/2011


Jabuti.caiba








Pretinha
tinha que acontecer
ser você
e ninguém mais
Mas quero
o lero lero
bolero mero melro
Botero y su color
Amor

Danadinha
minha neguinha
Oh, Dindinha
não me negue
reggae regue
nosso amor

Ritmo afro
sol calor
se é bom
é o tom é o dom
deixa estar
que já rolou

Minha frutinha azeviche
pastiche da natureza
beleza sobre mesa
põe-se toda, é bom de ver!
Vem viver que a vida é boa
Loa à-toa e aluá

Há de haver
e vir um dia
que você Jabuticaba
negra linda do Marfim
jabuticaia inteira toda
jabuticaiba só em mim





Torres Matrice

11/08/2011




quarta-feira, 10 de agosto de 2011

RIO DE JANEIRO - BRASIL





Balaio Cheio

Valdo Silva

Composição: Valdo Silva
Zazá zunzum zazá zoeira
Pra abençoar meu cazuá
E em 2 de fevereiro à beira mar
Venho saudar Iemanjá
Os cantos afros da Bahia
Fazem a pele arrepiar
E com a rima-benção de Oxalá
Vêm atabaques retumbar
Gerere-re gerere-reruar
Brasil balaio cheio e patuá
Mulata bamba de tanto dançar
Ao som do beabá cantiga aia
No reco-reco da alegria
Ouvir repiques e ganzá
Assim chegar à quarta-feira
No pique ainda de sambar
Nesta mistura brasileira
Também precisa-se lembrar
Do axé, forró e a capoeira
Que a ginga o jogo vem fechar
Gerere-re gerere-reruar
Brasil balaio cheio e patuá
Nego malandro, força de lutar
Balanço jeito e manha de amar

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

"Os anjos do meio da praça" (2010) -Uma fábula sobre anjos caídos, sonhos esquecidos, e um menino.

Prêmios:

• Prêmio especial do júri oficial -XXXVIII Festival de cinema de Gramado -- RS
• Melhor Direção e Melhor Curta-Metragem -- IV Brazilian Film Festival of Toronto -- Canadá.
• Melhor Video de Animação - XIV FAM - Florianópolis Audiovisual Mercosul
• Melhor Curta - II Festival de Itapetinga
• Melhor Filme de Animação - Festival Locomotiva 2010
• Melhor curta-metragem nacional de animação -- VI Fantaspoa - RS
• Melhor filme mostra teen --VIII FICI
• Melhor Música - Festival Locomotiva 2010
• Melhor Curta Metragem de Animação - Festival de Cinema de Maringá
• Melhor Direção (Animação) - Festival de Cinema de Maringá
• Melhor Roteiro (Animação) - Festival de Cinema de Maringá
• Melhor Música (Animação) - Festival de Cinema de Maringá
• Melhor Cenário (Animação) - Festival de Cinema de Maringá
• Melhor Personagem (Animação) - Festival de Cinema de Maringá
• Menção Honrosa - I Curta Amazônia 2010

Seleção Oficial:
• Anima Mundi 2010
• Festival Guarnicê de cinema -- MA
• V mostra de cinema de Ouro Preto -- MG
• V Cine Fantasy -- Festival curta fantástico
• VI Mostra Mosca -- Cambuquira -- MG
• XIII Fenart -- PA
• X Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe

André Abujamra - Poema de Affonso Romano de Sant'anna- Provocações - 02/08/2011

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Paulo Flores - Amba ( Angola e Brasil )

Trabalho de Sérgio Afonso, filmado no Miradouro da lua e no Namibe.

Amba, Letra:Zé da Minga e Música:Murimba Show do Disco Ilhas da Triologia Ex-Combatentes

Paulo Flores interpreta Dorival Caymmi - É Doce Morrer no Mar



Todo o lirismo de Dorival Caymmi traduzindo a mítica e o espírito da cultura praieira, dos pescadores imbuídos do sentimento de sacralização e respeito ao mar e todo o misticismo que o circunda. Paulo Flores interpreta lindamente o clássico do compositor brasileiro Dorival Caymmi.

Paulo Flores (Angola / 1972) é um dos cantores mais populares de Angola. Mudou-se para Lisboa durante sua infância. Começou como cantor Kizomba, lançou o seu primeiro álbum em 1988. As suas canções tratam temas diversos como o governo, a vida quotidiana dos angolanos, a guerra civil e a corrupção em Angola.

Uma homenagem ao poeta Manoel de Barros





No fim da tarde, nossa mãe aparecia nos fundos do quintal : 

Meus filhos, o dia já envelheceu, entrem pra dentro. ( Manoel de Barros )

A poesia de Manoel de Barros são assobios rupestres a céu aberto para solar as ignorãças. ( Torres Matrice )






Trechos de livros de Manoel de Barros:




Quando as aves falam com as pedras e as rãs com as águas - é de poesia que estão falando.


Quem anda no trilho é trem de ferro, sou água que corre entre pedras: liberdade caça jeito.


Sou mais a palavra ao ponto de entulho.
Amo arrastar algumas no caco de vidro,
envergá-las pro chão, corrompê-las, -
até que padeçam de mim e me sujem de branco.



Por viver muitos anos dentro do mato
Moda ave
O menino pegou um olhar de pássaro -
Contraiu visão fontana.
Por forma que ele enxergava as coisas
Por igual
como os pássaros enxergam.



Um fim de mar colore os horizontes.


A voz de uma passarinho me recita.

Documentário sobre o poeta Manoel de Barros


Só Dez Por Cento é Mentira - Trailer

Provocações: Abujamra declama Manoel de Barros

Obras do pintor Lawrence Alma Tadema

Artemisia Gentileschi - Pintura: “Judite decapitando Holofernes”



A obra de Artemisia vai refletir seu desejo de vingança. No quadro "Judite Decapitando Holofernes", de temática bíblica, datado de 1612, o general assírio Holofernes é decapitado pela viúva Judite, que assim libertou o povo judeu do jugo dos pagãos de Nabucodonosor. Judite é quase um autorretrato da própria Artemisia: forte, vingadora e convicta. A degolação pode simbolizar a castração que ela certamente queria infligir ao seu abusador. O quadro hoje está exposto em  Florença, Galeria de los Uffizi, Itália.







Vida de Artemisia Gentileschi


Artemisia Gentileschi foi a primeira mulher aceita pela Academia Del Disegno no período Renascentista. Filha do pintor Orazio Gentileschi, um dos representantes da escola romana de Caravaggio.

Judite e sua serva
1614/20
Por ser mulher, Artemisia não poderia ter acesso às Academias profissionais de Belas Artes. A composição acadêmica era masculina. Dado esta proibição, seu pai a encaminhou a um professor privado, Agostino Tassi, que a estuprou. Na tentativa de impedir que o fato fosse revelado, Tassi prometeu casar-se com ela e graças a essa promessa continuou tendo relações com ela durante alguns meses.

Uma vez tendo sido acusado, Agostino Tassi negou ter se envolvido com Artemisia e conseguiu testemunhos apresentando-a como amante de muitos homens. Durante o processo Artemisia foi intimidada e submetida a um humilhante exame ginecológico e torturada, usando um instrumento que lhe apertava os dedos das mãos, usualmente utilizado na época com aqueles que se considerava em perjúrio. Artemisia então disse que já não era mais “pura” no momento da violência sexual e de ter tido outros amantes.




Crème de la crème!!! - Marisa Monte e Adriana Calcanhoto - Beijo Sem

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