sábado, 18 de setembro de 2010

Valsa para uma letra suplicante ( para Manuel Bandeira )




E eu que não morro
se tu não vens
sou tão indiferente
ao que tens
que riscos não corro
se me deténs
com o que fere rente
e a outrem agoniza 
em fahrenheit.




Não és brisa, mas agitas Bandeira!

Tua face não é lisa...
Não, Elisa!
És áspera e exasperas:
Nêspera em véspera de espera.
Temporã que brota em mim
fora da Era...

E eu que não estou nem aí,
sou diferente, indiferente a ti...

Nada tenho com isso,
mas brotas no meu tempo,
na madeira do papel que leio
e num enleio me apiedo do poeta:
Pietá! Pietá!

És valsa fria
de um amor suplicante!


Sei que tu és
mulher igual a todas,
igual a mil em mil!

Mulher diferente, indiferente mulher!

Sei da voz da Voz
que ensina
que tu és de certo 
desumana...


E eu que nem sei de ti,
tirana!,
de fato
achei-te mesmo
desumana,
desumana Elisa!







Torres Matrice



15/04/99

harakiri



    UM SAMURAI E SUA ESPADA

       Hai! 
      C

       .

     .

          A

       .

          I


      da DECEP(altura)

     de um
 
     (fra)c.AÇO





Torres matrice



07/02/98

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Aurora Bélica de junho






Punho cerrado na boca do estômago da noite
quem estanca o sangue e sangra
singra as águas em pó
não há mais aurora
só o golpe só a dor
sua dor

borboletas dioxina
em sinais de mofina 
batem asas
na ânsia do estômago
vísceras revísceras
enjoo neônico e plumas lisérgicas
um voo de vícios e fatalidade
idade do crack
as armas apontam o futuro

um lance de dados marcados
a cena final sob as mangas
na carta no mapa na chance
ninguém leu ninguém pôs
a sorte

depois da porrada o tiro
retiro de tragédia e bala
abala na agulha atravessa o vício
o vírus o frio o beijo e o asfalto
Um só riso e a aurora de junho
a aurora bélica de junho
enfim...



Torres Matrice



06/01/99

Beleza Roubada







Por que esse tempo estridente
rangendo no sangue metálico
essa navalha nos ares
esse peso
essa química que a veia sente


Por que sonambulam feros alados
nesse tráfico de gatilhos surdos
tráfego vermelho de balas fragrantes
que preiteiam a barbárie dos absurdos
num flagrante gosto pela morte


Que pleiteiam esses tempos
os Itinerantes os ávidos os emergentes hardware:
laranja mecânica revisitada


Por que essa vertigem no tempo
essa ferocidade no punho cerrado
esse alucinógeno no ar
do que é por natureza diversionista: O escape.


Errática arma biológica veloz
sonoridade de beijos neonazistas
corações de fogueiras inquisitórias:
juventude medieval hightech


aglomerados hightech
tecnologia globalizada
dosada em seringas de politicalha: TV-fé
o ópio da turba
ferretes comerciais para a manada
nada de poesia
túmulo do amor


Inexorável odisseia no espaço


2001 - ódio e serra no ex-passo: involução
cabeças já rolaram
na vala comum
como um tempo sem humor
Onde o sorriso do gato de Alice?






Torres Matrice


31/03/99

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