Já foram contabilizados 140 milhões de mulheres, que foram mutiladas sexualmente. Estas mulheres são literalmente dilaceradas pela amputação dos seus órgãos sexuais. Cerca de 6 mil meninas, a cada dia, são estropiadas por esta violência. Cortam-lhe o clítoris, com facas, lâminas, vidros, sem a mínima assepsia, nem anestesia. A mutilação retira a liberdade de escolha para toda a vida. Contra esta aberração, que ceifa milhares de vidas em tenra idade, não há resoluções das Nações Unidas.
140 milhões é o numero de mulheres que já foram submetidas a
uma das práticas mais hediondas, e que representa um verdadeiro atentado à vida
e à saúde da mulher. A prática a que me refiro denomina-se Circuncisão Feminina
( Infibulação ), mais conhecida como Mutilação Genital Feminina – MGF. E a cada
ano que passa, este número aumenta em 2 milhões. Estima-se que esta tradição
bárbara se pratique em cerca de 29 países do continente africano e em 3 do
Médio Oriente. Contudo, esta prática expandiu-se também aos chamados países
civilizados da Europa, onde é praticada no seio das pequenas comunidades
emigrantes provenientes dos locais já referidos.
Nos países onde é
praticada, a MGF é considerada um pré-requisito para as jovens mulheres
contraírem matrimónio. Os homens recusam-se a casar com uma mulher não-excisada
, esta chega a ser considerada um híbrido de mulher. As mulheres vítimas da
excisão têm o seu desejo sexual reduzido, daí que diminua também a
promiscuidade sexual, a vida sem sexo chega a ser mais tolerável. A mutilação
é, assim, uma segurança quanto à fidelidade da esposa e quanto à castidade da
noiva (o que nem sempre é verdade).
A MGF é uma tradição
baseada em conceitos errôneos, existe a crença de que os órgãos genitais
femininos são 'impuros’ ou ‘sujos’ pelo que, só através da extirpação ficam
purificados. Baseia-se também na ideia de que só o homem tem o direito de
desfrutar do prazer sexual. Além de discriminatória, esta prática é
extremamente perigosa, uma vez que não envolve quaisquer cuidados higiênicos.
Os materiais usados não são esterilizados, muitas vezes estão enferrujados e é
comum a utilização dos mesmos instrumentos para varias excisões (o que poderá
levar à propagação de doenças como, por exemplo, a Sida). Entre esses
instrumentos estão as facas, pedaços de vidros, laminas, gelo, pequenos troncos
de árvore, espinhos, folhas e ervas. É, por isso, muito frequente a ocorrência
de infecções graves que, quando não levam à morte, provocam danos na saúde
reprodutiva, nomeadamente, a infertilidade.
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