sexta-feira, 4 de abril de 2008

Um Flaneur no Labirinto






Balé cabalístico, balé em braile
balir em Bali, bailemos
balé cabalístico minha lábia
embalado, alado, errante
bailarino balinês, viajante
Louca balalaica
bela Laica perdida
cabala cubana...
tateio o escuro em braile:
dança das mãos
louca balalaica
tateio no escuro do espaço
o passo cabra-cega
balé da cegueira, meu tato
mundo cão imundo
laico belo louco
cabalístico balé me abala!
Embala-me em brulho
Oliveira
bagaço de mim
bruxuleia...leia:
bagaço de mim.
Abrolhos - pálpebras cerradas,
sigo cego, ego ausente de mim
olhos abertos
abro olhos: imbróglios!
Óleo de Oliva azeita-me de dor aqui
Ali, Alá, acolá, além
alhures
embalado correndo buscando...
Belalaica!!!
Movimento e voz...
No embalo da bala perdida, urdida
viagem
o tiro certeiro, seteiro, atiro a voz
Rumo à madrugada:
berrando, errando, balindo, indo
estranho a mim mesmo
flaneur
um cordeiro de Deus
cl.amando a mando da Dor
numa dança desesperada:
bela Laica!
Eu, ovelha negra de mim,
místico andarilho do caos
cl.amo, recl.amo, ch.amo, pergunto:
- Onde andarás?!
- Por que me abandonastes
a Deus dará?!
Sacrifício, ócio, ofício: mister.
De andar a dar aonde,
Aonde andarás?!
Imprevisto destino invisível:
a quem pertence o futuro?
a.deus constante...
Por mais que eu chame, clame, reclame,
menos se me responde:
onde?...onde?...onde?...
a voz do nada escoa ecoa coa...
Daqui a Bali, perdido que estou de mim,
combalido """ abalado """"
Onde estou destoa do que sou...
Onde estou que não respondo???
Por que me abandonei, assim?!!







05.01.2006

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