sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Olvido






Aniversário...

Do que adianta
se a alma é velha
e o coração se cala?

Ergue-se
nos píncaros da geleira
rústica solidão 
de capuz

A cinza tarde de dezembro
enterra minha vida
num isolamento de morte

Ecos da montanha
chegam surdos
no cume
do meu absurdo

Sou só eu
eu sou eu só
nada me absolve
nesta tarde de olhos murchos

Sopro a vela do meu próprio esquecimento

Flauta de pã na tarde fria
buquê de notas mudas
exalando seus perfumes


Beethoven que me perdoe
mas o olvido faz-se mouco
e da sonata não me lembro
nem um dó
esquecido que estou
no abismo do piano

E quanto ao resto
sei que allegro
mas nem tanto...



Torres Matrice

09/12/1965


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