segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Repara!





Depois do abandono...
A perplexidade ressoando desertos
no ouvido viúvo:
a surdez gemendo silêncios mortais...


Desfigurado, nem a mim reconheço!!!
Transfigurado na carne viva da Dor...


- Sim, sou eu!, mas eu, quem?!


Des.perto do pesadelo:
Ninguém ao meu lado... O lá do vazio sou eu!
Acordar é um pesadelo pior!
Acordo do acordar para o pesadelo real:
labirinto invisível...


Um estranho dentro de mim
vagando sem no.vê-lo...


.........................................


Teseu desbaratado,
atado ao desequilíbrio:
labirintite em min.otauro.


O fio da perdição na mão do monstro: - Re
pára!!!







09.03.2005

ESCRAVA






Acorrentada
à cor do ente,
Presa ao ser,
a Alma esquálida,
escrava de si, disse dissid.ente:

Nada Prometeu!!!

Entretanto,
verte a bílis da dor
às aves de rapina
que lhe comem o corpo só.

Alma escravizada,
coração em chamas.
Cala-se e escala a escada de Eros...
A escrava crava na escada cada cravo da dor:
flor de abandono!!

Treme... vibra cada fibra do corpo:
Eu pago na carne viva a ferida da Alma!!!

Pelas chagas de Cristo:
Isto é amor?!!




20.02.2006

OLHO DE OLIVA




Esta dor supura


usurpa


minha energia...










O pesar desta existência


é saber


que por mais obtusa


Agulha-----------------------------------------------------------------------aguda




que se (in) filtrar


Purgar


a dor azeitada


neste olho de Oliva


( lágrimas densas doem! )


Instrumento de elevação e tortura ?!


TRIPALLIUM


Sementes da des ( ilusão )


no coração do natimorto...




Natureza morta:






////// O QUADRO VIVO NA MEMÓRIA //////






A-CENA infrutífera


através das Oliveiras:


EU


Silêncio das manhãs sem sol


Uivo de um espírito cansado e só.








21.02.2005

HERÓI





Obliterado pelo uso
corrente da dor,
travo o trem da vida:
a pedra me treva a trova.
Trovador do halo da pedra,
Herói circunstante.

É na pedra que habita o hábito e o óbito:
a alma da escultura,
o movimento vivo de Rodin,
a loucura de Camille Claudel,
o véu do meu silêncio duro.

O puro doer do ser em si, só...
O doer que põe e punge em dó, 
desgosto e desengano,
impõe a pedra, impinge.

Pedras porejam sofrimentos c.alados:
dá-se o poder do lastro!
Alabastro de matiz mortal
esculpe e amolda a esperança.


Herói é no que dói:
Isto, eu sei.


20.07.2006

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Empedradura





Existência empedernida
Pedra de escândalo!


Quem de vós,
que pecastes sempre,
a derradeira pedra cometerá?!


Apedreja essa mão que me é!!!
Atire a última pedra, o seixo do fim.
Aguardo-a, desde a primeira,
com a gula de quem, esfaimado,
espera adeus.


O último gesto da Dor somos Eu,
a pedra de toque para a.ferir,
con.ferir essa existência pétrea.


Toque... re-toque
a natureza que de ti é migo
Inimigo meu: Ego


Quem, legiões de mim!,
quem de vós
encerrará o apedrejamento?!


Multiplicados Eus em cálculos pétreos,
que vos fizemos tu?!
sou vós contra migo, inimigo de nós!!


Afinal, quem de mim atirará a pedra derradeira,
a pedra filosofal, alquímica,
que converte ouro em dor???


Atira a pedra final, a melhor, posto que última,
A pedra do descanso, pedra mó, pedra pó,
pedra paz.

Vai-te embora do meu telheiro vítreo!!!


Pedra é sem lugar, vem dos avessos dos avessos...
É de dentro para fora,
depois do de dentro do de dentro...
E depois do de dentro para dentro
vem o de fora para dentro.


Adentro a vos julgar: a mão e a pedra somos Eu!!
Quais de mim não me julgou à pedra??!!




24.05.2006

domingo, 30 de setembro de 2007

Para Depois do Amor



abarradoamoréqueeleémeioermo
abarradamorteéqueelanãotemmeiotermo






AGORA
QUE JÁ NÃO HÁ
MAIS
NADA
QUE
/A VIDA ESTANCOU/
E A
MORTE
PASSEIA
COM FLORES CALCINADAS DE DOR
ENTRE OS DENTES
............................


AGORA
VOCÊ
PODE SORRIR BÉLICO
CÍNICO
ÚNICO
FEITO A GUERRA
SOBRE O JAZIGO
DO SOLDADO DIS.TRAÍDO
A QUEM
VOCÊ CHAMA
DE
HERÓI
E COSPE
!!!!!!!




24.09.2004

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

OVENÇA








( ovelheiro )




ELE

assim tão púbere
tão imberbe
lolito
nessa primavera à flor da pele


EU

assim assaz
à flor do sexo
tão mau tão lobo
amando e desrespeitando-o
( à flor do desejo )
como convém
ao pastor e sua ovelha
na hora da ceia:
Amem!

REPARA!










Depois do abandono
a perplexidade ressoando desertos
no ouvido viúvo:
a surdez gemendo silêncios mortais.

Desfigurado, nem a mim reconheço!!!

- Sim, sou eu, mas quem...?!!

Des.perto do pesadelo:
ninguém ao meu lado...
O lá do vazio sou eu!

Acordar é um pesadelo pior
acordo do acordar para o pesadelo real:
Labirinto invisível...

Um estranho dentro de mim
vagando sem no.vê-lo
Teseu desbaratado

Atado ao desequilíbrio:
Labirintite em Min.o.tauro
O fio da perdição na mão do monstro: Re-
Pára!!!











Torres Matrice

LINGUAGEM




Quisera chamar-te, mas como se não há?!
A quem o silêncio esconde?
Invento uma silueta... Deposito aí o desejo,
mas ninguém está.
Sou só eu só somente
Semente que se mente, mata!
Mente só mente
Mente... só!
Tudo mais é projeção...
Procuro não pesar meu pesar
não pensar
Procuro a garatuja, rascunho, rabisco,
um traço que me trace um perfil, um risco no vão.
Um perigo... Um desenho no limbo, vulto.
Qualquer linha que me alinhe num traço...


que ligue os pontos............... ............. .................. o sonho à realidade


Como realizar-te?!


A realidade não cessa de escrever, ver, rever
alinhavar, bordar, os bastidores dessa vida:
haja não vê-lo para tanta linha!!!
Meus dedos descrevem arrisca no bordado
onde meu tato constrói a leitura definitiva
de um pesado palavrão: NÃO.
Não há.
O vão da palavra crê,
mesmo sabendo que deuses são projeções
no delírio da linguagem febril do homem.




Silvio Torres

SOMENOS














Do tanto que perdi
O quanto me sub/traí - Só
Eu sei...



A carne descolada
do o s s o
O espírito do corpo.

A lesma dos milésimos de segundos
Impregnando com seu limo torpe
a febre latejante de tudo que perdi.

O quanto me deixei
do tanto que fiquei
no sumidouro do espelho:
somenos!

Eu sei o que eu era...

A carne descolada   O   osso p.u.l.v.e.r.i.z.a.d.o
pelo aço inacreditável da dor que range 
e raspa até o pó
de tudo que perdi...

Do que foi... Do que fui...
Nem sombra.

Silvio Torres

UM TREM-DE-DOIDO










Um Silêncio
insinuou-se ao nascer do


sOl


...atravessou o dia...
...atravessou a tarde...
...atravessou a noite...
...atravessou a madrugada...


(!atravancou a vida!)


virou o dia
virou a tarde
virou a noite
varou a madrugada




-flecha seteira- - - - - - >



.




e virou um trem-de-doido
no túnel da minha alma...










05/04/2010
















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