sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

...ainda



.
permanência
este decalque
fixo:
cruz de ama.dor.
Cão que ladra e morde!!!
Cravo
da fixação, madeira do medo.
Dente latejante na polpa hemorrágica,
nervo exposto ao suplício:
flagelo!
Canino coração, cão danado!
Os cães não passam
e a caravana
Ladra
rouba minha alma:

Des.ba.r.atado...desm.ant.ela.do...

no fundo do poço: umbigo da tortura
a matilha se trai: judas de mim mesmo!!!
Na saúde, na doença, no amor...

Cristo!!!



30.03.2005

CURTUME




O sol por um triz:
outra vez tudo se põe!
O que me toca nesse ir
é o frio febril...
Tremular da alma doente.

Quando é que a Dor se põe a pino?!
Quando?!

Pior que o poente,
maior que o meu silêncio,
é o Nó na garganta, nas cordas vocais, da boca da noite,
onde um gosto de arrebol macera minha voz.
Toda alegria se põe aqui.
Maior, ainda, o abismo que se encerra ao fim da tarde
anuncia a usura do viver.
Medo...medo...medo...

Quando é que a Dor se es.vai?!
Quando?!

A tarde cai...
Um pálio nefasto lança sua sombra medonha...
É quando um Sol áspero de dor
raia em minh'alma carpideira.
Eu ardo e definho no curtume deste Sol!




02.05.2005

De Longe...






Quando, exatamente,
a primeira luz oscilou
doente?


Quando a tibieza fria
fez seu indolente gesto
pela primeira vez?


Quando a primeira fagulha
da escuridão se elaborou
e fez-se clara?!
Quando?!


Quando se apagou a primeira luz,
faúla incendiária do breu eterno?!
Quando se apagou?


Por que não me liguei,
se a energia nos faltava
e aos poucos obscurecia
seu olhar amoroso?!


Quando dei por mim,
mortificado,
avistei o invisível
no escuro dos teu olhos:
as luzes se afrouxando,
se apagando...
uma a uma...


Já era tarde demais!!!


Faltou luz no meu espírito:
paguei caro a conta do que não me dei conta!


Na névoa da miopia, perdi-me,
à margem da vida!
Do outro lado do rio, noutra margem,
longínquo, o barqueiro da desgraça remava adiante
levando você...........................................
cada vez mais distante...disperso........


Tão longe a lanterna do seu amor!
Bruxuleante...oscilante...titubeante....
até esfumar-se na neblina....................


Sequer pude ver sua mão acenando...
Gesto perdido na fumaça.
Tateio, agora, na escuridão,
a adstringência do travo da treva.
Amargo o gosto do vazio
nas digitais da minha mão sem linhas.


Silencio à beira do cais...



MEU





A seda escapou-me por entre os dedos...
A sonata decompôs-se por entre as pautas:
as notas todas pelo chão...Todas as notas!!!
O soneto esvaiu-se em esquálido som: sussurro, sibilo...
A cantilena, num esgarçar de voz, fez-se muda.
A rara flor, agora inodora,
em fúnebre jardim prostrou-se.
Trouxe o tempo, pois,
a nota da ausência.


O calor que aqui estava?!
A vida resfriou.


Meu equilíbrio, meu brio?!
O sonho de existir e ser, a vontade?
Conversão.


O mel do Melhor converteu-se em mal maior,
travo, adstringência,
Cica, triz, treva: esquife.


O Horror cristalizado no sal da dor:
Esse não sabe passar, reside no imutável,
é cruz, é fixo


-é meu!!!







03.11.2004


DOS MALES




                                     




                                      Ide a mim para ver:
é de sangrar até morrer.
Ide a mim, vá ver!!!


No meu estado impera a Dor
É de doer romamor
Ardor contra Gália: tremem os séculos
no meu corpo latino!!!
Calígula! Calígula! Coágulo...
Voo da crueldade no meu corpo: Ave
César! Vou de asas partidas...



Tanto tom no coração do mal: Tonton
Eu me chacino, eu me rechaço.
Em mim, o mal que sou assino em baixo!
Como um bicho ferido, agônico, eu me devoro:

Bicho Papão - Tonton Macoutes, tonton...


Papa meu coração noir, François!!!
Papa Doc, François Duvalier
É de doer, de doer... Pol Pot!



Abdul Hamid, segundo meu cérebro letal, seguindo-o:
Sangrentas guerras no meu peito!


Il-Sung... Kim Il-Sung
Eu sou quem eu sou...
Quem eu sou?!
Charles Taylor: Adolf Hitler:Joseph Stálin:

Satã?! Saddam?!
Hussein é fogo!!! Não sei...
Nada disso!

Lúcifer...Luz e fé febres vãs:
todos fogos de palha!!! Fogueiras da vaidade...
veleidades do Mal.



Dos males, o Maior: EU


EU!!!


Eu em mim
de mim den'dimim
contra mim
EU mesmo: EU
e só






EU







02.11.2004

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