terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

CONHEÇA NINA SIMONE, A INCOMPARÁVEL









Eunice Kathleen Waymon, mais conhecida pelo nome artístico Nina Simone (Tryon, 21 de fevereiro de 1933 – Carry-le-Rouet, 21 de abril de 2003) foi uma grande pianista, cantora e compositora americana. O nome artístico foi adotado aos 20 anos, para que pudesse cantar Blues, nos cabarés de Nova Iorque, Filadélfia e Atlantic City, escondida de seus pais, que eram pastores metodistas. "Nina" veio de pequena ("little one") e "Simone" foi uma homenagem à grande atriz do cinema francês Simone Signoret, sua preferida.






Nina Simone, quando jovem foi impedida de ingressar em um conservatório de música na Filadélfia, também foi perseguida por abraçar publicamente todo tipo de combate ao preconceito. Seu envolvimento era tal, que chegou a cantar no enterro do pacifista Martin Luther King. Casada com um policial nova-iorquino, Nina também sofreu com a violência do marido, que a espancava.







Ela foi uma das artistas mais extraordinárias do século XX, um ícone da música americana. Era uma contadora de histórias musicais, um griot . Nina Simone é uma sumidade que aprendeu a usar seu notável talento para criar um legado de libertação, emancipação, paixão e amor através de um corpo magnífico de obras. 






Nina ganhou o apelido de 'Alta Sacerdotisa do Soul' pois, enquanto se apresentava, podia tecer um feitiço tão sedutor e hipnótico com seu talento  que o ouvinte perdia a noção de tempo e espaço, tamanha a absorção naquele momento. 







Em um breve contato com sua obra, aqueles que não a conhecem percebem logo a diversidade de estilos pelos quais Nina Simone se aventurou, desde o gospel, passando pelo soul, blues, folk e jazz. 





Foi uma das primeiras artistas negras a ingressar na renomada Juilliard School of Music, em Nova Iorque. Sua canção “Mississippi Goddamn” tornou-se um hino ativista da causa negra, e fala sobre o assassinato de quatro crianças negras numa igreja de Birmingham em 1963.








Nina esteve duas vezes no Brasil, gravou com Maria Bethânia e seu último show ocorreu em 1997 no Metropolitan. Era uma intérprete visceral, compositora inspirada e tocava piano com energia e perfeição. Morreu enquanto dormia em Carry-le-Rouet em 2003.







Confira a versão remixada da canção Strange Fruit na voz de Nina Simone ( DocMontecristo )








O GOSTO AMARGO DO PRECONCEITO





"Strange Fruit" é uma canção, cuja versão mais famosa é de Billie Holiday, condenando o racismo americano, especialmente o linchamento de afro-americanos que ocorreu principalmente no Sul dos Estados Unidos e em outras regiões daquele país. 

A versão de Holiday foi colocada na lista do Hall da Fama do Grammy em 1981 . Também foi incluída na lista de canções do século da Recording Industry of America e da National Endowment for the Arts.






"Strange Fruit" foi composta como um poema, escrito por Abel Meeropol (um professor judeu de colégio do Bronx), sobre o linchamento de dois homens negros. Ele a publicou sob o pseudônimo de Lewis Allan por medo de perseguições.





Livre Tradução da canção  Strange Fruit





Árvores do sul produzem uma fruta estranha
Sangue nas folhas e sangue nas raízes
Corpos negros balançando na brisa do sul
Fruta estranha penduradas nos álamos

Pastoril cena do valente sul
Os olhos inchados e a boca torcida
Perfume de magnólias, doce e fresca
Depois o repentino cheiro de carne queimada

Aqui está a fruta para os corvos arrancarem
Para a chuva recolher, para o vento sugar
Para o sol apodrecer, para as árvores deixarem cair
Aqui está a estranha e amarga colheita







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