A INTERTEXTUALIDADE
ENTRE A MITOLOGIA E A
PINTURA
O mito de LEDA e o cisne na arte
Segundo a mitologia grega, Leda era uma jovem e bela princesa, recém-casada com Tíndaro, herdeiro do reino de Esparta.
Certa vez, Zeus ia a caminho da cidade de Troia, vê Leda
deitada na relva e passa a contemplá-la de longe. Temendo ser repelido pela
jovem casada ou que ela se assustasse, Zeus, deus dos deuses, converte-se em um
cisne imenso e de bela plumagem para poder cortejar a princesa.
Ao ver o belo cisne se aproximando, Leda senta-se e começa a
observá-lo. Diante dos olhos da princesa, o cisne começa a mover suas belas
plumas com grande excitação, movimenta seu corpo em uma dança de vai e vem que
mostra seu desejo, soando sua voz delicada, emitindo sinais de atração e
paixão. Leda estava fascinada, o cisne aproximou-se mais e começou a tocá-la e
acariciá-la com suas plumas e seu longo pescoço.
Excitada, Leda deitou-se novamente na relva e aguardou que o
cisne se deitasse sobre ela, e então se amaram.
A lenda continua com Leda pondo 2 ovos e tendo 4 filhos, se
tornando uma Deusa e lhe sendo reservado um espaço no céu, na forma de uma
estrela na constelação de Cisne.
O tema de Leda e o Cisne, foi muito popular na arte
renascentista italiana: paradoxalmente, era artisticamente mais aceitável
representar uma mulher em ato sexual com um cisne do que com um homem.
Artistas
de primeira linha podiam criar obras mais explícitas com esse tema do que
poderiam ousar com um casal humano.
Entretanto, a tolerância em relação a essas obras caiu muito
no período mais moralista da Contra-Reforma: muitas das melhores foram
destruídas, inclusive as de Leonardo da Vinci (1508 – acima) e Michelangelo
(1529 – abaixo), conhecidas apenas por meio de cópias.
As pinturas de Leonardo e Michelangelo desapareceram quando
faziam parte da coleção da família real francesa, provavelmente destruídas por
sucessores moralistas, ou por suas viúvas.
Leda e o cisne - Veronese
O tema tornou-se raro nos séculos seguintes, exceto pelas
obras de Rubens (muito semelhante à tela de Michelangelo), Veronese e François
Boucher.
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