segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

União de Contrastes entre a voz doce e cristalina de Gal Costa e uma esteira de eletrônicos estruturam o novo trabalho de Gal Costa - "Sabia que a coolness da voz da Gal poderia conviver com segurança e autoridade em meio a tudo isso"





Gal Costa lança disco novo entre a tradição e a modernidade


O projeto surgiu quando Caetano viu um show de Gal em Lisboa que o deixou estupefato. "Eu vinha sonhando com ideias para um disco de música eletrônica, e tudo que pensava eu pensava na voz da Gal", conta o compositor durante uma entrevista em um hotel de São Paulo. "Quando vi o show, tive certeza que queria fazer um disco com aquela voz", completa.
Ao definir o projeto, Caetano chamou seu filho, Moreno, para produzir o disco e escolheu o produtor Kassin para ficar encarregado das bases eletrônicas. Se o processo é comum para o cantor - Caetano tem trabalhado com músicos da geração de Moreno desde 2006, em seu disco Cê - para Gal a experiência é nova. "Só conheci o Domenico quando estávamos ensaiando para a apresentação no Programa do Jô", revela a cantora. "Ainda não conheci o Kassin pessoalmente."
A tecnologia exerceu papel fundamental em Recanto, feito numa espécie de ponte-áerea digital Salvador-Rio de Janeiro. Caetano e Kassin trabalhavam nas bases na capital carioca e enviavam o trabalho para Gal e Moreno terminarem em Salvador, onde os dois moram. "Eu ia aprendendo as músicas com a voz do Caetano. Eu e Moreno achávamos meu tom, gravávamos e devolvíamos", diz Gal.
Foi dessa forma que surgiu a união de contrastes que marca o disco: a voz doce e cristalina de Gal com uma cama eletrônica. "Eu queria que as canções não fossem recatadas, não evitassem ideias difíceis nem sons desagradáveis", explica Caetano. "Sabia que a coolness da voz da Gal poderia conviver com segurança e autoridade em meio a tudo isso", completa.
Caetano e Gal assumem, sem medo, que o disco é um projeto ousado. "No eletrônico você pode ser agressivo sem precisar gritar no palco", diz Caetano. Entre barulhos digitais e até mesmo um funk - Miami Maculelê -, os dois, no entanto, se derretem por "Tudo Dói", faixa que traz, em seu DNA, traços incontestes de João Gilberto. "Ela sintetiza o disco. Tem estranheza, irreverência e ao mesmo tempo beleza".

Tiago Agostini

Fonte: Músicaterra.com.br

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