sexta-feira, 30 de abril de 2010

EFÍGIE





Tempo maduro
duro
tempo em que per/
duro

tempo todo o tempo
madurando atento
o tempo todo
durando na polpa dourada

tempo aceso
madrugando griz
giz
palma da mão desenhada
efígie-esfinge
finge que não foge

Tempo
contorno da calma
adorno da pele e da alma
torno en.torno re.torno
lousa ousada
causa em si  do ser em siso
ser do Ser


Tempo-fruto
ca.ído, tempo ido
sulcos da polpa
na carne-cerne
- Códão!

fronte hibernal de brancas neves
névoas no verão dos cabelos
som de avena...

neves névoas avenas:
o sopro encanecido
no canto antigo da sereia
vele.idades do corpo
porto

torto corpo morto - tempo!

Tempo:
velas dobrando aos longes...




Torres Matrice





08/06/00

quinta-feira, 29 de abril de 2010

80 anos de atores no cinema


Men In Film from Philip Scott Johnson on Vimeo.



by Philip Scott Johnson

80 Years of Male Actors in Cinema

Douglas Fairbanks Sr., Rudolph Valentino, Charlie Chaplin, James Cagney, Spencer Tracy, Fredric March, Errol Flynn, Fred Astaire, Clark Gable, Laurence Olivier, Gary Cooper, Humphrey Bogart, James Stewart, Tyrone Power, Cary Grant, Henry Fonda, Robert Mitchum, John Wayne, Kirk Douglas, Gene Kelly, Burt Lancaster, William Holden, Marlon Brando, James Dean, Rock Hudson, Montgomery Clift, Anthony Quinn, Gregory Peck, Richard Burton, Jack Lemmon, Sean Connery, Sidney Poitier, Charlton Heston, Steve McQueen, Peter O'Toole, Paul Newman, Clint Eastwood, Robert Redford, Dustin Hoffman, Roy Scheider, Warren Beatty, Dennis Hopper, Al Pacino, Jack Nicholson, Robert De Niro, Gene Hackman, Jon Voight, Harrison Ford, Kevin Kline, Kevin Costner, Michael Douglas, Christopher Walken, Mel Gibson, Sean Penn, John Travolta, Antonio Banderas, Tim Robbins, Samuel L. Jackson, Tom Hanks, Denzel Washington, Tom Cruise, Brad Pitt, Russell Crowe, Kevin Spacey, Will Smith, Jamie Foxx, Leonardo DiCaprio, Johnny Depp, Matt Damon, George Clooney

Music: Bach's Allemande from Suite for Solo Cello No. 3 in C Major, BWV 1009 performed by Antonio

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Mensagens





E o bilhete naquela mão?!
O bilhete, meu Deus!!!

Aquele bilhete comprimido
cumpre o medo imiscuído: amassado...
O medo que tenho daquele bilhete,
mas não o da mão!
o outro
aquele dos olhos...

Que olhos, meu Deus!!!

Que lancinante fúria em silêncio
dispara a mensagem 
e grita?

Por que uma mulher assim?

Pontiagudo signo
entre noturnas lâminas mensageiras
sopesa a ira grafada
grifada
e a cursiva letra do medo.
Tinge o queixo, o lábio - ode suave de ódio -
a mão firme
tênsil!

O olhar
( reentrância medonha! )
trívia treva
trova brilhante:
crudelíssima!
Explode surdo, demoníaco:
Cólera!


O Mal arqueado
(sobrancelha e morcego)
vinco e vínculo
do quarto medonho de Augusto dos Anjos...

Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
Engulo seco o cítrico suco do seu mau: sinal.

- Puta que pariu!!!

 Recebo a mensagem de Amoedo!

A postura do corpo túrgido
entorta minh'alma torta
- Que importa?! 
( Pobre de mim! )
Más notícias sempre fazem estragos
qual obra prima corrompida
 no obscuro silêncio 
de um museu da alma.




Torres Matrice




16/09/99

terça-feira, 20 de abril de 2010

Na Carne e Nos Ossos






 Meu corpo adivinha 
sensações já vividas
experimenta
doses discretas
profundas, latentes 
velozes...

A carne tem um fraco
pela dor
pela sarjeta
pela orgia
pela noite dardejante...

Un Coup de Dés

( quem negará? )


Qual infante sou levado...

Uma saudade cravada
em mim, nos ossos, na carne...
Saudades do que não vivi
mas adivinhei, vislumbrei...
Saudade dos becos noturnos
tramas dramas
abismos da cidade...

A cidade é mesmo um vão!

vão voem vejam
a cidade oculta dentro da cidade
a cidade sem fim...

Onde será que isso começa?!

Quero as mentiras etílicas
os olhares tóxicos, os desejos
sob a penumbra azul das canções 

Quero os bares noturnos da cidade!

Quero o caótico trânsito humano
nas madrugadas da cidade...

Saudade 
da solidão das multidões noturnas
das noites diluídas
em gelo e gim

O esgotamento das gandaias
raiadas nos meus olhos
vermelhos de sono e sonhos...

A cidade pelo avesso:
espelho da nossa cara
Luzes azuis lazúlis frias...
Quero tudo outra vez:
Som e fúria!

Antes que a madrugada-sino
sina
dobre a esquina
(blues sem piedade)
da juventude que me resta
f(r)esta...


Torres Matrice

11/04/96

sexta-feira, 16 de abril de 2010

PRESTIDIGITAÇÃO


 


Entre a tecla e o assecla
a meca da ilusão:
Perfeição.

Tanta paisagem bonita
nas notas da indecisão!
Cada bemol, sustenido
temido sinal na canção...
Sinais para uma nota,
sinais para um tom
um tombo e um acerto
atônita àtona nota
no ato da criação.
De sinal em sinal,
a nau do em Si, naipe,
navega vaga - o voga - 
( emoção! )
e tinge os ares de vozes
arco-íris da solução.

Os naipes de uma orquestra
a destra dIssolução...
Tantas cores se espraiam
no ato da criação.

Evolam-se entre as teclas
mesclas de tom e dom:
piano aromatizando
as pautas de um novo éon.

Um sonho de união:
Harmonias e acordes
- escalas de um sem fim -
e motes de sim e não.

Encadeamentos:
prestidigitação
profusão.

Profissão:
canção!



Torres Matrice


15/05/2010

quinta-feira, 8 de abril de 2010

FIANDEIRAS DA POESIA






Tear as palavras
feitas à mão e suor:
palavras de algodão.

Descaroçar a palavra,
acariciar o fofo semantema,
ciciar o som macio: cio.
Preparar o tenro léxico, nexo
processar o som do Sim...
Fiandeira da poesia:
mãos de poeta.

Transformar a nuvem de algodão,
colher no algodoal celeste
longilíneas linhas aquosas:
As chuvas são linhas
vertidas da nuvem de algodão.
Se distendem, tendem
entre(tecidas) no ar,
se alinham, entrelaçam,
se tecem gota-a-gota,
compõem lençois líricos,
madrigais, no leito cobreleito
das águas mananciais.

Um pé d'água, Olho d'água:
mina em flor de algodão,
poema do céu.

A mão que escreve,
a mão que lava lavra
a mão que (a)colheu o algodão
noutras eras:
A negra mão escrava
sobre o algodoeiro
teceu, como aqui,
rimas de paixão e fé.

São trabalhadores
no campo semântico,
escravos da mesma paixão:
poesia
Úmidas palavras de algodão...




Torres Matrice



05/04/2008

CLARICE LISPECTOR

segunda-feira, 5 de abril de 2010

TREM-DE-DOIDO






Um 
SILÊNCIO

insinuou-se ao nascer do


sOl:


...atr...avessou o dia...

a...tr..avessou a tarde...

...tra.vessou a noite...

...avessou a madrugada...



(.atravancou a vida.)



v/irou o dia

v/irou a tarde

v/irou a noite

varou a madrugada



-flecha seteira--------------->





.






virou um  -t-r-e-m-de-d-o-i-d-o->

 no túnel da minha alma...







Torres Matrice





05/04/2010





AMOR



.
.
.
.


fundo...
do...
fundo...
do...
poço...
.
.
.
.

e sob ele, o cadafalso:

- As verdades, como o vento,

mudam de cara

a cada sopro da Ilusão!




   O rascunho 
maispróximo 
da verdade
                                                                         
                    é Dor!




Torres Matrice




                                                                        05/04/2010

quarta-feira, 10 de março de 2010

Antiga Estrada Nova







Tanta estrada perdida...
Sombras e madrugadas,
noites dobradas em curvas e fel:
pesadelos de abismos e espasmos.

Uma queda transversal
passos erráticos
medos enfáticos
estrada antiga
liga do meu umbigo à dor sem par.

Queima o inferno da memória!!!

Já conheço as sombras dessa estrada,
sei que só vou dar em nada,
tanta curva sei de cor:
Enganos, calafrios - pó do pó...

O céu que se ostenta
é chumbo é ferro é aço:
Estrada de asperezas e impurezas
estrada que me segue cega
nega-me a razão e o equilíbrio...
Rezas empoadas no caminho morto...

Por mais que caminhe, o horizonte é sempre o mesmo:
Estrada que não passa com meus passos
aferrada em sombras de um tempo assombrado.

Eis o medo! Sempre e outra vez - companheiro ancestral!

O modo do medo na poeira:
imitação das pegadas
minha sombra, minha sobra e a cor daquele céu...

A alma pesa o espanto
de um passado insone:
cadáver putrefato do futuro!

Dor, fel, medo e chumbo

e um Vazio

um Vazio maior que deus!





10/03/2010

Estrada Nova - Oswaldo Montenegro

segunda-feira, 1 de março de 2010

UMA PASSAGEM PARA O INVERNO




O Inverno
é a Estação do Trem
que não passa:
passa o tempo passa a vida
mas não passa o Trem
o Trem da vida
que estancou
..............................na curva do descarrilho........................

( """o ranger dos ferros na nevralgia exposta
ecoando na amplidão da memória
de um céu tempestuoso na boca de um deus cruel""" )


O inverno é a Estação que não passa:
derradeira dura e fixa
perdura verões eternos

É a fundura das coisas infindas
que não findam de afundar

É quando a gente
entende
que o tempo apagou pagou
o preço da imponderável luz

O sol e as cores: todos adoeceram sob o gelo

Inverno
É quando o sangue em trilho trilha
rilha ilha de um coração estacionado
corre escorre morre
frio... rio...
rio...rio...rio...

- Coração em conserva que em água impura dura...
Água de se afogar mesmo sem vida
água pesada de geleiras e lençois submersos:
terrores noturnos e camas mal dormidas.

O leito na varanda:
lençóis brancos de geleira
se estendem sobre a alma na estação
Inverno....
é quando os olhos se estacam e estancam
na paisagem interna
de uma estação final
onde o único passageiro
é o uivo escuro
de um vento atroz
gelado
e invencível

Inverno é quando se sabe
que o que sopra aqui dentro
( desolação )
é o último verso de amor magoado

Inverno é viver em feridas vivas
no assombro de um corpo morto
sem tempo e nem lugar
à espera de um Trem
que jamais vai passar
.....................................



01/02/2010

sábado, 20 de fevereiro de 2010

INDIFERENÇA






A indiferença da lesma ante o dia:


sem ponteiro
sem ter ponto

fria...

na mesma indignidade
do que se esquece
na apatia
da pressa das pedras

Tudo tão in.diferente
e uma vida de esquecimentos
na letargia da tarde vã

Nada interessa

nem o limo
nem o limbo

só o salto sobressalto
da espectativa eterna:

algum SAL
que me dissolva

o tédio

o ódio

o ócio



a vida

e só

...
20/02/2010

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Desespelho






Estorvo
Estorvo meu:
O que est.ilha.ça mais
Uma pedra
Ou a real-
Idade


?




................................




E só-çobraram
Ca.
.co.
.s...
Reflexos/soxelprep
Da desilusão em si.


Ademais
o que é uma auto-imagem
d ES t.ruída


?!







Torres Matrice
22/07/2007

TÉPIDA






Na tépida canção
vozes de névoas traduzem
um mundo em segredo:
Degredo e espera...
A terra de um Só.

O sono dos ciprestes
prestes a despertar
aquilo que em si se preste
ao espanto da paixão.

Magoadas endechas
queixas de silêncio
maquiadas.

Um poema em letras tardias...
Dias de tardes noturnas
sem fim.

Banimentos e esquecimentos
mementos imêmores
das distâncias e errâncias...
Tudo tão intensamente
debatendo-se contra as paredes
do mesmo lugar-nenhum.

Utopia dos desesperados sem porto
Horto das Oliveiras
desconforto e desvão.

Ilha de ilusão e quimera –
Mera sombra de um som:
Soul a alma negra que en.canta
como quem espanta
a dor que se embala
na noite espessa do espasmo...

Sombra que se bate à quilha
contra o vento que passa e rompe
no embate da canção.
Milhas em ondas de morrer
Ilhas em águas de esquecer
Nó e travo
Cravo
no centro da noite escura.





Torres Matrice 

15/04/2009

sábado, 3 de outubro de 2009

MEMENTO







Tanto nó em tanto Tanto
E no entanto é mas
E mais: porém em toda a vida...
Em toda via contudo
toda estrada havia
e não há mais.
Sol o por-me em mais afundo
em toda vida e tanto mas!
Tudo tão atravessado:
Tanto mar tanto mar...


Viés de coisa oblíqua em diagonal
feixo espinha de peixe
na garganta do silêncio


Tudo
por uma vida mais ordinária
maior que dó
em ré
e tanto desacorde
e um cor em desacordo:
epiderme insone e só


As paredes em que decalco a pele
estampas de tanto “se”: apelo
Exalam-me a tinta do que fui
e a cola do que não sou.


Se não fosse esse “se” em si
atravessado em mim na epiderme...
Se você ainda fosse você em ti antigo
na pele do mesmo lobo...
Mas é “se”
se você não fosse outro:
Um estranho alheio no mesmo em ti.


Mas você agora é Você!


E eu
Eu sou um si em mim fora de ti
fora de mim fora de nós.
Um se, talvez, quem sabe?!
Uma obsessão tatuada
no costume antigo de ser feliz
quando ser feliz era comum
como UM inteiro em DOIS
e fácil e bom e leve
mesmo sendo a dois.


Como era mesmo?!


Tudo tão impreciso na memória do homem que fui
que já nem me lembro do Ser inteiro decalcado de mim...


Na parede diagonal do corredor
onde tanto barulho esculpe
as desculpas que invento para não morrer
em meio a tanto “se”, contudo,
tanto mas, tanto porém
tanto no entanto, todavia
e o que havia já não o vejo mais...


E esse AL.arde dentro da p.ele?!


Será o vício que o tato tem
a teima de não te esquecer
o tique o truque o toque
a tara que há na tez?
Será


E esse barulho na memória da pele?!
E esse marulho...


Não é nada, não foi nada!


É só um jeito sem jeito
e silencioso
que achei de ser feliz
sem VOCÊ





Torres Matrice


03/10/2009

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