Na vigília resinosa e aromática
do âmbar do tempo
páginas febris do livro das horas
rumorejam sob a voz impiedosa
da ineludível das gentes:
só a morte vela
incansável
sob a luz funérea
na obscura orla
de seu gregoriano canto.
Na viscosa inconsistência da noite,
uma aderência de palavras fúnebres bebe,
aos sorvos,
o derradeiro lampejo de ar e luz
que se esvai
no sumidouro da madrugada acesa.
Caravaggio flagra
na infinda escuridão de nós
o último estertor de Deus.
Torres Matrice
02 de agosto 2013
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