gueixa
s. f.
Cantora e bailarina japonesa
tradicional que desempenha o papel de hospedeira e dama de companhia, em certas
ocasiões da vida social.
Os custos para se ter a
companhia de uma gueixa são, de fato, muito altos. Geralmente a gama de clientes
abrange desde importantes empresários, políticos, membros da yakuza (a máfia
japonesa) e artistas famosos.
Contudo, não basta ser
milionário para entrar nesse mundo fantasioso e ritmado pelos delicados e
encantadores gestos das gueixas. Para ser aceito nas principais casas, é
preciso ser apresentado por outro cliente mais antigo. Quando presidentes e
diretores de grandes empresas têm por intenção receber de bom agrado seus
parceiros de negócios, é comum levá-los às casas de chá (ocha-ya). As gueixas oferecem
um entretenimento ímpar e refinada arte para a elite japonesa.
Esse universo, que ainda hoje
é cercado de mistério e fascinação pode estar no fim. Tem-se registrado um
grande declínio quanto ao número de gueixas no Japão. Estima-se que no início
do século XX, havia cerca de 80 mil gueixas no país. Hoje, acredita-se que seja
algo em torno de duas mil. Dentre as possíveis causas dessa radical redução
está a influência da cultura ocidental – que é apontada como uma das causas do
crescente desinteresse dos japoneses pelas suas antigas tradições.
Uma gueixa iniciante é
chamada de maiko. As poucas jovens que ingressam numa oki-ya(casa gueixa) o
fazem por livre e espontânea vontade, muitas vezes atraídas por uma visão
romantizada da profissão ou pelo amor pelas artes tradicionais do país. A vida
de uma aprendiz não costuma ser nada fácil. Antes de se tornar uma maiko, ela
precisa ser responsável pelos afazeres domésticos, além de se submeter a vários
anos de rigoroso aprendizado, em que aprende a cantar, dançar e tocar
instrumentos musicais, dentre eles o shamisen(tradicional instrumento de
cordas). Artes como caligrafia, cerimônia do chá e pintura também podem fazer
parte de sua erudição.
Estamos acostumados em
associar Gueixa com Prostituta porque a cultura Hollywoodiana nos ensinou
sempre dessa forma. Abaixo tem muitas informações sobre gueixas.
Gueixa/ Gueisha são mulheres japonesas que estudam a tradição milenar da arte da sedução, dança e canto, e se caracterizam distintamente pelos trajes e maquiagem tradicionais. Contrariamente à opinião popular, as gueixas não são um simples equivalente oriental da prostituta. Elas não trabalham com sexo. Podem chegar a flertar, mas seus clientes sabem que não irá passar disso, e esse é o fato que muitos homens se encantam com a cultura de uma gueixa.
No Japão a condição de Gueixa
é cultural, simbólica repleta de status, delicadeza e tradição. São em muitos
aspectos similares às Kisaeng coreanas. O elegante, mundo de alta cultura de que a
gueixa faz parte é chamado karyūkai ("a flor e mundo de salgueiro").
Uma gueixa famosa, Mineko Iwasaki, disse que isso é porque "gueixa é como
uma flor, bela em seu próprio estilo, e é como um salgueiro, graciosa, flexível,
e forte."
Muito se fala e se discute,
principalmente no ocidente, sobre a figura e o papel da gueixa na sociedade
japonesa. Na prática, poucos ocidentais, e mesmo japoneses, têm efetivamente
contato com uma gueixa. Em público, elas só aparecem em poucas ocasiões, como
no Jidai Matsuri (Festival das Eras), e na temporada de danças tradicionais
Kamogawa Odori (Danças do Rio Kamo) que ocorrem em outubro, em Kyoto. Fora tais
ocasiões, alguns sortudos turistas conseguem vê-las andando pelas ruas, nas
raras ocasiões em que elas saem para ter aulas de dança, shamisen (cítara de
três cordas tradicional) ou ikebana (arranjo floral), ou a caminho de um
restaurante para entreter algum empresário ansioso em impressionar seus
convidados. Ser servido ou entretido por uma gueixa, mesmo entre os japoneses,
é privilégio de poucos.
Tocar, cantar, dançar e
contar histórias para entreter os comensais num banquete. Essa era a principal
atividade exercida pelas gueixas. Sentar-se à mesa e fazer companhia para os
homens era algo que só as prostitutas faziam - mesmo porque elas queriam
garantir que seus clientes quisessem sua companhia após o jantar. Mas aos
poucos, os próprios clientes passaram a pedir que as gueixas também se
sentassem à mesa. Educadas e cultas, as gueixas tornavam a conversação mais
agradável e o tempo fluía mais rápido. Com as gueixas, os clientes conseguiam
um tipo de relacionamento que não conseguiam ter com suas esposas, ou mesmo com
as prostitutas. E nem sempre os homens que íam aos banquetes queriam fazer sexo
depois de comer. Percebendo que muitos queriam apenas distrair-se, ou quando
muito flertar, assim as gueixas descobriram seu público.
Para formar clientela
própria, as gueixas passaram a evitar os bordéis e concentraram suas atividades
em restaurantes e casas de chá, ou abriam suas próprias casas de chá. Por volta
de 1840, uma gueixa chamada Haizen decidiu aprender um pequeno ofício que era
executado até então somente por homens: servir saquê à mesa. Haizen passou
fazer o mesmo, bem como fazer companhia à mesa aos convivas. Ela rapidamente
tornou-se a gueixa mais requisitada de Kyoto e todas passaram a fazer o mesmo.
Desde então, as gueixas vêm desempenhando o papel de anfitriãs em banquetes,
servindo bebidas e conversando com as pessoas, além de dançar, cantar, contar
histórias e fazer jogos de salão.
No início, as gueixas eram
homens e eles trabalhavam com entretenimento por todo o Japão. As restrições
sociais determinavam que as mulheres não poderiam oferecer diversão em uma
festa. Esses homens cuidavam das conversas, faziam performances artísticas e
faziam elogios a convidados, nobres e outros membros da aristocracia.
Há muitas histórias sobre as origens dessas mulheres. Uma delas relata um grupo de artistas que tirava o trabalho de prostitutas cantando e dançando em festas. Outra conta que havia uma prostituta entrando em decadência e que, em consequência disso, começou a desenvolver o trabalho de gueixa para ganhar um pouco mais e acabou sendo um sucesso na nova atividade. Independente de como surgiram as gueixas femininas, elas eram consideradas uma ameaça para os bordéis e não eram contratadas por estabelecimentos deste tipo.
Para diminuir a popularidade das gueixas e retornar o foco para as prostitutas registradas, o governo estabeleceu regras bastante rígidas para as gueixas: a maneira como deviam entreter, quando poderiam entreter e as horas durante as quais poderiam trabalhar. Além disso também determinaram regras com relação ao seu vestuário. E para se certificarem de que sexo não faria parte da festa, as gueixas não podiam ser contratadas individualmente. Mas essas restrições, ao invés de reduzir o sucesso das gueixas, tornaram-nas ainda mais desejadas.
A ARTE DE FAZER A MAQUIAGEM DE UMA GUEIXA
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