sexta-feira, 27 de maio de 2016

A cantora e compositora Socorro Lira conseguiu, com maestria, musicar os versos do moçambicano Mia Couto














Socorro Lira 










A cantora e compositora Socorro Lira conseguiu, com maestria, musicar os versos do moçambicano Mia Couto, consagrado autor da literatura mundial. Trata-se da música 'Poema Didáctico'. O resultado é de uma sensibilidade e de uma qualidade ímpar! 


















O poema em questão integra o livro do grande escritor Mia Couto intitulado 'O Guardador de Chuvas', que não foi publicado no Brasil. A parceria entre Socorro Lira e Mia Couto nasceu em 2011, quando a cantora excursionava pela África e “alguém promoveu o encontro”, segundo ela, em Moçambique. 















“Um amigo havia me dito que o Mia gostava das minhas músicas, o que me deixou muito feliz. Nesse encontro ele me levou um livro de poemas e brincou comigo para fazermos uma parceria. De lá eu fui para Gana, onde fiquei uns 15 dias, escolhi o poema e comecei a rabiscar a música. Tem mais uma dele que eu musiquei, mas não gravei ainda. Outro dia encontrei Mia e conversamos de fazer um disco. Ainda não começamos, mas fiquei animada. Gosto muito da escrita dele”, conta Socorro Lira.





































Conheça Socorro Lira






Intérprete e compositora, uma das grandes responsáveis por manter viva a raiz da cultura musical dos Quilombos. Sabe chamar um coco, como nativa de Brejo do Cruz, na Paraíba, como ninguém. Com o pandeiro cadenciado pontua sua voz suave e doce. No yjêxá dá um passeio afro que encanta os mais exigentes!











                                                                                                                  Nascida em Brejo do Cruz, Paraíba, reside em São Paulo – Brasil. Poetisa, compositora, intérprete, instrumentista e produtora cultural. Autora do projeto Memória Musical da Paraíba. Formada em Psicologia. Inicia-se ao violão como autodidata, vindo a estudar técnica violonística e introdução ao violão clássico no DART/UFCG.






















Mia couto / poema didático


Já tive um país pequeno,
tão pequeno
que andava descalço dentro de mim.
Um país tão magro
que no seu firmamento
não cabia senão uma estrela menina,
tão tímida e delicada
que só por dentro brilhava.

Eu tive um país
escrito sem maiúscula.
Não tinha fundos
para pagar a um herói.
Não tinha panos
para costurar bandeira.
Nem solenidade
para entoar um hino.
Mas tinha pão e esperança
para os viventes
e sonhos para os nascentes.

Eu tive um país pequeno,
tão pequeno
que não cabia no mundo.



Mia couto











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