A poeira dos quilômetros
e a vida ficando para trás...
Em alguma estrada
desbotam-se os jeans,
os dias, os genes
e a esperança
do tempo poento.
Sozinhos
em freges de beira de estrada,
esquecidos,
desertores no deserto,
tocamos na gaita
- de certo! -
o metal do perdido
sem fervor.
Tantos quadros amarelados
pela melancolia do tempo roto:
gente demais!!!
Gente que vai... Gente que vem...
Gente que chega como se fosse o nunca!
Tudo é passado no passar da gente.
A parada repleta de um vazio
que se perde entre poeira e tédio:
olhos vagos na estrada...
À beira do caminho:
mosquitos, calor, miséria
um adeus sem fim...
Tédio!
Ódio ao relógio estragado!
O ponteiro rasga a garganta:
- Ah, o xadrez da toalha de mesa...
Maldito xadrez! Jogo sujo!
Torres Matrice
11/01/2001
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