Quando, exatamente,
a primeira luz oscilou
doente?
Quando a tibieza fria
fez seu indolente gesto
pela primeira vez?
Quando a primeira fagulha
da escuridão se elaborou
e fez-se clara?!
Quando?!
Quando se apagou a primeira luz,
faúla incendiária do breu eterno?!
Quando se apagou?
Por que não me liguei,
se a energia nos faltava
e aos poucos obscurecia
seu olhar amoroso?!
Quando dei por mim,
mortificado,
avistei o invisível
no escuro dos teu olhos:
as luzes se afrouxando,
se apagando...
uma a uma...
Já era tarde demais!!!
Faltou luz no meu espírito:
paguei caro a conta do que não me dei conta!
Na névoa da miopia, perdi-me,
à margem da vida!
Do outro lado do rio, noutra margem,
longínquo, o barqueiro da desgraça remava adiante
levando você...........................................
cada vez mais distante...disperso........
Tão longe a lanterna do seu amor!
Bruxuleante...oscilante...titubeante....
até esfumar-se na neblina....................
Sequer pude ver sua mão acenando...
Gesto perdido na fumaça.
Tateio, agora, na escuridão,
a adstringência do travo da treva.
Amargo o gosto do vazio
nas digitais da minha mão sem linhas.
Silencio à beira do cais...
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