domingo, 31 de março de 2013

O surrealismo na contemporaneidade




Esteve em cartaz, e é sempre bom relembrar, em 2012 no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica a coletiva Espelho Refletido – O Surrealismo e a Arte Contemporânea Brasileira reuniu cerca de 200 obras de 57 artistas em atividade no Brasil. A curadoria levou a assinatura de Marcus de Lontra Costa que, por meio dos trabalhos de artistas veteranos e emergentes, especularam nessa exposição sobre as possíveis relações entre o universo surrealista e a arte contemporânea.






Dois andares do CAHO foram ocupados com trabalhos de nomes como Roberto Magalhães, Ernesto Neto, Adriana Varejão, Ângelo Venosa, Barrão, Cristina Salgado, Ana Miguel, Luiz Zerbini, Nazareth Pacheco e Victor Arruda (em detalhe, com o relógio), citando os de maior bagagem expositiva, ao lado de outros como Nino Cais, Flávia Metzler, Gabriela Mureb, Pedro Varela, Janete Muzatti (alto) e Felipe Barbosa, revelados a partir dos anos 90 e 2000


Espelho Refletido mostra como alguns representantes da chamada arte contemporânea, ao invés de afirmarem bruscas rupturas, buscam negociar com alguns dos mais marcantes postulados da arte moderna. As pesquisas de Dalí, Magritte, Max Ernest, Man Ray e Marcel Duchamp, segundo Lontra, foram fundamentais na afirmação do modernismo na Europa e nas Américas.





De acordo com o curador, “a partir da ótica surrealista são explorados o caráter provocativo e diversificado de nossa produção artística atual”.




 “Aqui no Brasil, momentos-chave da epopeia modernista de nossas artes visuais e literatura são reflexos diretos dos avanços das tropas surrealistas: Antropofagia. A transformação permanente do Tabu em totem – nos fala o Manifesto Antropófago, um ritual artístico e cultural tropicalmente surreal. E o que dizer, é claro, da figura tragicômica do “Abaporu” de Tarsila do Amaral, dos corpos bizarros e andrógenos nas pinturas de Ismael Nery, do mundo sem peso de Cícero Dias; do anti-herói Macunaíma; da “pedra no caminho” do poeta Carlos Drummond de Andrade; da Praça dos Três Poderes de Oscar Niemeyer, cercada de palácios de vidro flutuantes?”, conforme o curador.













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