Da guerra só ficaram os ossos:
quadril de um amor que se dobra
obra de uma dor
dança e movimento
queda para dentro
dor que vai de troia
até o ilíaco
o osso é a prova: o mero
fraturar
roubar na guerra o amor
depõe contra o poeta
pares príamos ímpares
sei lá!
a solidão é sempre a mesma
vencido cavalo de mim
recebo o espírito do fim
invadido em decadência
nem deuses nem helenas
nada restitui
o mero ausentar
comigo
engodo do presente
nem grego nem francês nem baiano
a língua muda nova míngua velha mágua
o osso é mais embaixo
e só dói quando respiro
Torres Matrice
16/04/2012
Um comentário:
Seu poema é muito bem trabalhado. Muito interessante suas referências a aspectos de cultura grega que conhecemos, suas guerras, suas personagens. Também gostei do uso de paranomásias. Muito rico seu poema, parabéns!
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Até o próximo post.
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