segunda-feira, 16 de abril de 2012

O ILÍACO DE HOMERO








Da guerra só ficaram os ossos:
quadril de um amor que se dobra
obra de uma dor
dança e movimento
queda para dentro

dor  que vai de troia até o ilíaco
o osso é a prova: o mero
fraturar

roubar na guerra o amor
depõe contra o poeta
pares príamos ímpares
sei lá!
a solidão é sempre a mesma

vencido cavalo de mim 
recebo o espírito do fim
invadido em decadência
nem deuses nem helenas
nada restitui
o mero ausentar
comigo

engodo do presente
nem grego nem francês nem baiano
a língua muda nova míngua velha mágua
o osso é mais embaixo
e só dói quando respiro




Torres Matrice

16/04/2012

Um comentário:

Anônimo disse...

Seu poema é muito bem trabalhado. Muito interessante suas referências a aspectos de cultura grega que conhecemos, suas guerras, suas personagens. Também gostei do uso de paranomásias. Muito rico seu poema, parabéns!
.
Até o próximo post.

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