segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O Som do Cais








Tanto se fez
com a beleza de um dia...
Outono em primavera
virando verão...
Viril amor varou o tempo
feriu  a voz
- Nós!

Do beijo de Klimt
Rodin ou Munch
Eros e Psique: 
de tudo se fez!

Todo mito, tudo muito:
tanta tinta, tanta tela
e o limite sem data
das nossas manhãs...

Tudo tão musical:
dias, canções e jazz.
Bardos, barcos,  
fardos e orações...

Abraços, laços e cansaços...
A poesia do nosso tempo:
muitos anos, talvez mais...
Tanto faz, tudo jaz!

Mas onde começou,
ali, naquele mesmo tempo,
o amor ainda se a.guarda:
palimpsesto na pele
gesto...

E quanto ao resto, tanto faz!
Se há tantos ais, tanto tantos
e no entanto a voz que é sua
vem do mar de uma memória
ecos do futuro...

Ouço blues - Billie Holiday...
Tanto jazz nessa estrada,
tanto som e tanto cais,
poucos barcos, mil partidas.

Tanto jaz , tanto se desfaz...
Já não importa mais
se só tenho o som do cais.

- E a vida é mesmo a esmo, cheia de som e fúria!!



Torres Matrice

27/09/2011

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