Um saxofone gemendo na noite fria
alivia o que ali havia de dor
mas anuncia rouco que o beco da noite
há de ser longo e mouco
Beco eco seco:
o soco da solidão
na poça de água turva
curva toda razão
A lua amante da rua
lambe garrafas e seus cortes
o suor acre do medo
é tredo delator
O etílico fantasma
da depressão
chapado cão de merda
ergue mais um brinde
ao poeta e suas víceras
seu odor
Ocre cheiro do neon
entre tabaco e álcool
suor e lembrança
bonança de um perdedor
dor e rancor
- Don't try, don't try, don't try!
O amor é um cão dos infernos!
- Chuta esse traste!!!
Torres Matrice
27/07/2011
2 comentários:
Lindo e profundo como sempre. Adoro suas poesias. Tem cheiro, cor e textura.
Bjs
Luiza
www.barracodevidro.blgospot.com
Nos sufocamos diante da dor da solidão, conviver com esta dor que nos embriaga a sensações que o corpo não deseja sentir. O poema é envolvente quando nos mostra uma pessoa que se perde em meio a solidão, que deixa de viver, quer sair desta dor, mas não suporta a perda ou o abandono de quem um dia foi tão importante.Eu achei o poema lindo, nos faz refletir. É preciso saber conviver com a dor,vencer a saudade mesmo que o nosso coração sinta o contrário, controlar nossos desejos.Parabéns eu gostei muito! abraços Torres, como sempre divina poesia.
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