Da impossibilidade do sono,
no trapézio da insônia,
à pedra do som avesso,
passo em claro no escuro
a noite do meu quarto.
No ab.surdo silêncio
da madrugada rugada
gritam alaridos que velam
a angústia das coisas que não cessam
acesas
nas dobras do noturno.
Como dói ouvir
esse silêncio que desdobra!
Parece que a noite sofre,
na dor oblíqua de ser erma,
como um tecido de esperas
que, ao contrário, revela
o risco oculto do bordado
que a mão decepada
sonhara um dia.
Cães e galos tecem, notívagos,
o escuro silêncio da insone voz.
Torres Matrice
17/03/99
Postado em 22/03/2011
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