terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Do natural e do humano ( Homenagem aos mortos pelas secas e chuvas )



Seca, eco do soco à socapa
natureza morta in natura
composição estética da falta

soberba da morte
ossatura da terra em pele e pó
impele o estéril silêncio de palha.
Míngua e mágua...


Enchente, água indigesta
gestante dinúvio: plúvio
parto da morte instante
pletora de nuvens prenhes
sem o deflúvio da dor.
Necrópole fluida
de vidas que despenham
dentre as escuras tempestades.

II

Seca no curtume a vida da gente
cujo governo, ínfero-artesão,
curti.dor da incompetência,
estira no couro da ignorâcia
a própria vergonha.

Inunda no costume
o volume de asnices
de parvos eleitos em cardume,
preito das chuvas que se repete
na enchurrada barrenta
que só deles a.bunda.

Paradoxos da natureza
da humana lida, do homem,
dos cabeças inexatos
da mais baixa vileza.

Os deuses vendem quando dão.
Compra-se a glória com desgraça...






Torres Matrice


18/01/2011

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