sábado, 18 de setembro de 2010

Valsa para uma letra suplicante ( para Manuel Bandeira )




E eu que não morro
se tu não vens
sou tão indiferente
ao que tens
que riscos não corro
se me deténs
com o que fere rente
e a outrem agoniza 
em fahrenheit.




Não és brisa, mas agitas Bandeira!

Tua face não é lisa...
Não, Elisa!
És áspera e exasperas:
Nêspera em véspera de espera.
Temporã que brota em mim
fora da Era...

E eu que não estou nem aí,
sou diferente, indiferente a ti...

Nada tenho com isso,
mas brotas no meu tempo,
na madeira do papel que leio
e num enleio me apiedo do poeta:
Pietá! Pietá!

És valsa fria
de um amor suplicante!


Sei que tu és
mulher igual a todas,
igual a mil em mil!

Mulher diferente, indiferente mulher!

Sei da voz da Voz
que ensina
que tu és de certo 
desumana...


E eu que nem sei de ti,
tirana!,
de fato
achei-te mesmo
desumana,
desumana Elisa!







Torres Matrice



15/04/99

Um comentário:

Dario Dariurtz disse...

Adoro Manuel Bandeira, bela homenagem.

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