E o bilhete naquela mão?!
O bilhete, meu Deus!!!
Aquele bilhete comprimido
cumpre o medo imiscuído: amassado...
O medo que tenho daquele bilhete,
mas não o da mão!
o outro
aquele dos olhos...
Que olhos, meu Deus!!!
Que lancinante fúria em silêncio
dispara a mensagem
e grita?
Por que uma mulher assim?
Pontiagudo signo
entre noturnas lâminas mensageiras
sopesa a ira grafada
grifada
e a cursiva letra do medo.
Tinge o queixo, o lábio - ode suave de ódio -
a mão firme
tênsil!
O olhar
( reentrância medonha! )
trívia treva
trova brilhante:
crudelíssima!
Explode surdo, demoníaco:
Cólera!
O Mal arqueado
(sobrancelha e morcego)
vinco e vínculo
do quarto medonho de Augusto dos Anjos...
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
Engulo seco o cítrico suco do seu mau: sinal.
- Puta que pariu!!!
Recebo a mensagem de Amoedo!
A postura do corpo túrgido
entorta minh'alma torta
- Que importa?!
( Pobre de mim! )
Más notícias sempre fazem estragos
qual obra prima corrompida
no obscuro silêncio
de um museu da alma.
de um museu da alma.
Torres Matrice
16/09/99
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