Existência empedernida
Pedra de escândalo!
Quem de vós,
que pecastes sempre,
a derradeira pedra cometerá?!
Apedreja essa mão que me é!!!
Atire a última pedra, o seixo do fim.
Aguardo-a, desde a primeira,
com a gula de quem, esfaimado,
espera adeus.
O último gesto da Dor somos Eu,
a pedra de toque para a.ferir,
con.ferir essa existência pétrea.
Toque... re-toque
a natureza que de ti é migo
Inimigo meu: Ego
Quem, legiões de mim!,
quem de vós
encerrará o apedrejamento?!
Multiplicados Eus em cálculos pétreos,
que vos fizemos tu?!
sou vós contra migo, inimigo de nós!!
Afinal, quem de mim atirará a pedra derradeira,
a pedra filosofal, alquímica,
que converte ouro em dor???
Atira a pedra final, a melhor, posto que última,
A pedra do descanso, pedra mó, pedra pó,
pedra paz.
Vai-te embora do meu telheiro vítreo!!!
Pedra é sem lugar, vem dos avessos dos avessos...
É de dentro para fora,
depois do de dentro do de dentro...
E depois do de dentro para dentro
vem o de fora para dentro.
Adentro a vos julgar: a mão e a pedra somos Eu!!
Quais de mim não me julgou à pedra??!!
24.05.2006
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