quinta-feira, 10 de julho de 2014

EDWARD HOPPER: O PINTOR DA SOLIDÃO




















EDWARD HOPPER: O PINTOR DA SOLIDÃO



Edward Hopper (Nyack, 22 de julho de 1882 — 15 de maio de 1967)


Nascido no estado de Nova Iorque, Hopper estudou arte comercial e pintura na cidade de Nova Iorque.  foi um pintor norte-americano conhecido por suas misteriosas pinturas de representações realistas da solidão na contemporaneidade. 











Em ambos os cenários urbanos e rurais, as suas representações realistas refletem a sua visão pessoal da vida moderna americana.



Em 1925, pinta “Casa ao lado da ferrovia”, uma mansão isolada, sem ninguém por perto, mesmo em frente a um caminho-de-ferro. Hopper era um cinéfilo assumido e transpunha para estas paisagens os truques de mistério e suspense utilizados no grande ecrã. Mas o contrário também acontecia. Por exemplo em 1960, este quadro inspirou Alfred Hitchcock na criação do Hotel Bates do thriller “Psicose”.



Em 1925 produziu Casa ao lado da ferrovia, um trabalho clássico que marcou sua maturidade artística. A obra é a primeira de uma série da cena totalmente urbana e rural de linhas finas e formas largas, feita com uma iluminação incomum para capturar a solidão que marca sua obra. Ele trouxe o seu tema das características comuns da vida Norte americana - estações de gasolina, hotéis, ferrovia, ou uma rua vazia.






A mansão dos Bates que aparece no filme Psicose de Hitchcock  foi inspirada na tela de Edward Hopper.





Com estilo gótico, a construção foi inspirada na casa retratada pelo pintor americano Edward Hopper no quadro “Casa ao lado da ferrovia”, de 1925, e na residência desenhada por Charles Addams para a família Addams, nas tirinhas publicadas na revista New Yorker. A “Psycho House” como veio a ser conhecida, permaneceu no pátio do estúdio depois do termino das filmagens, servindo de cenário para outros filmes e programas de televisão.






Hopper continuou pintando na sua velhice, dividindo o seu tempo entre a Cidade de Nova Iorque e Truro, Massachusetts. Morreu em 1967, no seu estúdio próximo ao Washington Square Park, na Cidade de Nova Iorque.













As épocas de crise sempre foram propícias à criação de grandes obras culturais. Estes acontecimentos dramáticos surgem como inspiração a escritores, fotógrafos, realizadores de cinema e pintores. A Primeira Guerra Mundial, a Grande Depressão Americana de 1929 e a Segunda Grande Guerra, foram vividas por Edward Hopper (1882- 1967), influenciando grande parte da sua obra.












A obra de Edward Hopper é sublime na sua visão realista do que se esconde no interior do quotidiano de muitos seres humanos: solidão e melancolia. 


As suas paisagens e protagonistas são não só representativos de um estilo de vida americano no início do século XX, como também podem refletir o cenário atual de um mundo contemporâneo em crise.


















As personagens de Hopper estão sempre cercadas de vazio e silêncio. Elas transferem para a atmosfera sonolenta que as envolve a temperatura de sua profunda humanidade - o que não disfarça a evidência de que esse vazio, esse silêncio, essa melancolia são emanações, prolongamentos delas mesmas.





















"O início e o fim de qualquer atividade artística é a reprodução do mundo à minha volta através do mundo dentro de mim..."


Edward Hopper


























Se F. Scott Fitzgerald (1896-1940) retratou na literatura o fracasso do “sonho americano”, Hopper fê-lo nas telas. Em “O Grande Gatsby”, Fitzgerald mostra-nos a solidão do milionário Jay Gatsby, embora sempre rodeado de multidões e festas na sua mansão. As pinturas de Hopper representam esse sentimento através das suas melancólicas paisagens e protagonistas.








São cenários urbanos e também rurais, onde reina a descrença nas pessoas, na cidade, na perspectiva de uma vida melhor; onde o pessimismo se instala no quotidiano. 









Edward Hopper inspirou-se nas juventudes perdidas na Guerra, nos escravos da época e nos empregos perdidos aos milhares. O seu estilo de linhas finas e cuidadas, acompanhadas de formas largas e de uma iluminação invulgar, consegue captar exatamente o que pretendia: o vazio, a solidão, a imobilidade estática que aprisiona as emoções e as vidas dos personagens.























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