Tanta estrada perdida...
Sombras e madrugadas,noites dobradas em curvas e fel:
pesadelos de abismos e espasmos.
Uma queda transversal
passos erráticos
medos enfáticos
estrada antiga
liga do meu umbigo à dor sem par.
Queima o inferno da memória!!!
Já conheço as sombras dessa estrada,
sei que só vou dar em nada,
tanta curva sei de cor:
Enganos, calafrios - pó do pó...
O céu que se ostenta
é chumbo é ferro é aço:
Estrada de asperezas e impurezas
estrada que me segue cega
nega-me a razão e o equilíbrio...
Rezas empoadas no caminho morto...
Por mais que caminhe, o horizonte é sempre o mesmo:
Estrada que não passa com meus passos
aferrada em sombras de um tempo assombrado.
Eis o medo! Sempre e outra vez - companheiro ancestral!
O modo do medo na poeira:
imitação das pegadas
minha sombra, minha sobra e a cor daquele céu...
A alma pesa o espanto
de um passado insone:
cadáver putrefato do futuro!
Dor, fel, medo e chumbo
e um Vazio
um Vazio maior que deus!
10/03/2010
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