Um país sem memória, um país sem raiz, um país sem história, um país que não se preserva e não se reconhece e não se espelha é triste massa disforme do irracional flutuante. As raizes nos firmam para que os galhos, com seu tronco, se lancem rumo ao futuro onde reconhecimento e gratidão tornam os frutos mais saudáveis e saborosos. Do contrário, tudo é insosso e aguado.
Cultura é toda forma de intervenção humana na natureza transmitida de geração a geração, nas diferentes sociedades; Criação exclusiva dos seres humanos; Ela é múltipla e variável no tempo e no espaço, de sociedade para sociedade. Este blog pretende dividir um pouco da cultura engendrada pelo homem de todas as épocas e lugares, de todas as áreas do conhecimento humano, especialmente das artes, ciências e filosofia.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
A Ilha - Para quem assistiu Lost e o Náufrago e vive em uma metrópole...
É necessário sair da Ilha para ver a Ilha. Não nos vemos se não saímos de nós.
( Saramago )
domingo, 21 de novembro de 2010
LIVROS - Caetano Veloso
Tropeçavas nos astros desastrada
Quase não tínhamos livros em casa
E a cidade não tinha livraria.
Mas os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando pra a expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.
Tropeçavas nos astros desastrada
Sem saber que a ventura e a desventura
Dessa estrada que vai do nada ao nada
São livros e o luar contra a cultura.
Os livros são objetos transcendentes
Mas podemos amá-los do amor táctil
Que votamos aos maços de cigarro
Domá-los, cultivá-los em aquários,
Em estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou lançá-los pra fora das janelas
(Talvez isso nos livre de lançarmo-nos)
Ou o que é muito pior por odiarmo-los
Podemos simplesmente escrever um:
Encher de vãs palavras muitas páginas
E de mais confusão as prateleiras.
Tropeçavas nos astros desastrada
Mas pra mim foste a estrela entre as estrelas.
21 de novembro de 2010
21 de novembro de 2010
O Livro e a América ( Castro Alves )
Os livros, os leitores e a leitura...
Num mosaico de pinturas, gravuras, fotos, enfim variadas manifestações da linguagem artística, criei uma sequência variada de homenagens ao LIVRO, aos leitores e à própria leitura. Somei às obras de arte, aqui apresentadas, a letra-poema da canção de Caetano Veloso "LIVROS" e costurei com uma melodia instrumental que nos dá a sensação da leveza e tranquilidade que o gesto introspectivo da leitura exige. Dedico este trabalho àqueles que devotam aos livros o "amor táctil" e à leitura o amor transcendental.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Você tem fome de quê?!
O problema não é a falta de alimentos. Actualmente são produzidos no mundo alimentos suficientes para que toda a gente possa ter uma alimentação adequada e possa levar uma vida sã e produtiva. A fome existe por causa da pobreza. Existe porque as catástrofes naturais, como terramotos, inundações e secas, ocorrem muitas vezes em lugares onde a gente pobre tem muito pouco ou nada para poder reconstruir, quando ocorrem danos. Existe porque, em muitos países, as mulheres, apesar de serem quem mais trabalha na agricultura, não têm o mesmo acesso que os homens à formação, ao crédito ou á posse da terra. A fome existe por causa dos conflitos, que impedem as pessoas de ter qualquer possibilidade de levar uma vida decente e alimentar as suas famílias. Existe porque a gente pobre não tem acesso à terra ou a infra-estruturas agrícolas sólidas para produzir culturas viáveis ou gado, ou a conseguir trabalho estável que lhes permita o acesso aos alimentos. Existe porque muitas vezes os recursos naturais não são utilizados de forma sustentável. Existe porque, em muitos países, não há investimento suficiente no sector rural para apoiar o desenvolvimento agrícola. A fome existe porque as crises financeiras e económicas afectam os pobres ao reduzir ou eliminar as fontes de rendimento de que eles dependem para sobreviver.
1.000.000.000 de pessoas vivem com fome crônica e eu estou louco de raiva
Faça pressão sobre os políticos para acabar com a fome. Assine a petição e reivindique ação onde quer que esteja.
Para participar e apoiar essa petição basta clicar no endereço abaixo e entrar na página onde você poderá, em um segundo, clicar sobre o link que o fará participante do projeto. Seja cidadão, tenha atitude, apoie esse projeto.
http://www.1billionhungry.org/
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
série " foi feito por mim " 2 - MADRIGAL - composta e interpretada pela cantora paulista Mylene.
Esta canção fabulosa de Mylene é praticamente o desenho musical da minha introspecção atávica e consegue, tanto pela melodia quanto pela letra, delinear o simbolismo de um sentimento que se afirma e confirma em mim a aura lusitana que herdei. Criei este vídeo porque gostaria de realçar em imagens a simbologia dessa letra tão pungente e densa.
Série " foi feito por mim" - 1 / "Caruso" na interpretação impecável de Zizi Possi.
Esta é uma canção que sempre me comoveu e da qual não me canso, ainda que a ouça exaustivamente. Não é cerebral, não possui uma erudição ou letra elaborada mas, talvez, por isso mesmo, repouse tão profundamente no meu imaginário musical e na surdina da emoção. É simples, é tocante, é romântica e é clássica como tudo aquilo que é eterno: Caruso. Fiz com carinho, com alegria e espero que gostem!
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Desdrummondear
( nesta rua nesta rua tem um bosque que se chama que se chama solidão...)
maria não ama joão que não ama josé que odeia antônia
que ama odiar-se por não amar pedro que não consegue amar
jacira jac.Ira que já seria desde sempre
desamada por cinira cinira sua mãe que se casou desenga.nada
desamada pelo pai pai que não sabia conjugar o verbo amar:
e todos morreram por fim
sem saber o que é o Amor
fruto raro desconhecido
que na ciranda não entrou.
Torres Matrice
09/06/96
maria não ama joão que não ama josé que odeia antônia
que ama odiar-se por não amar pedro que não consegue amar
jacira jac.Ira que já seria desde sempre
desamada por cinira cinira sua mãe que se casou desenga.nada
desamada pelo pai pai que não sabia conjugar o verbo amar:
e todos morreram por fim
sem saber o que é o Amor
fruto raro desconhecido
que na ciranda não entrou.
Torres Matrice
09/06/96
Má
É nunca mais com você,
tudo é nunca mais: ais e dor
como sua alma impiedosa
Fria!
Mulher de máscaras cruéis...
Mas nunca você se revela, nivela...
Navalhas afiadas nos olhos,
maldades de mulher:
teatros.
É nunca sua imagem refletida, jamais!
Seu espelho mente
enquanto por trás, além da imagem,
um sorriso cético brilha feroz.
Demônia-templo-chaga
banhada em ácido e fel
mel de Medusa
lambuza e só.
Véus vênus, nuances, olhares:
Sombria...
É um nunca, nunca, nunca vacilar:
você
negra unha especular, vampira
raspa o esmalte da alegria
na alma de toda gente.
Mulher
malevolente Malena, maleva
levada, mulher!
Flor de bolor em sinistros quartos ensombreados:
você é má!
Torres Matrice
27/06/97
Na moda da idade mídia
A mídia aumenta o número de audiência, de participantes, mas diminui o grau da consciência; exacerba opiniões e inibe a capacidade de análise crítica dos fatos.
Aboio
Triste aboio
conduz induz
a boiada dos dias meus
dias mortos que rumino
no sal dessa dor ímpia
sol do solfejar
aboio
Tangendo meu silêncio
o gemido
É nele que se dá o nó da amarra
a corda do adormecer
a porteira de um curral sem fim
Tanto sertão dentro da gente
tantos campos sem paragem
tanta amplidão de luto
veredas e descampados...
Onde me arrebanhar nessa dispersão?!
Torres Matrice
10/11/2010
Bala Doce
A vida é doce: na boca da noite escura
ouço balas zun.indo
e mesmo assim insisto em inventar
uma vela bruxuleante
para atravessar velado
o vendaval de breus indecifráveis
hasteados no mastro do impossível
Torres Matrice
10/11/2010
Memorial do Cárcere
A clandestinidade na alma:
o nó na corda vocal
imprensa o nódulo que mente
a mente em estado de sítio
bocas abertas em estado de sono
boquiabertas
a tarja preta nos olhos
os lábios cerrados:
aí 5 razões para velar o sono
da memória de um dezembro de chumbo
erguido em muro de silêncio:
tijolo por tijolo
num desenho sórdido!
A imprensa selada
numa carta de adeus
aos direitos civis:
muda!
Vê-se erquerdas forças
direitas opiniões
no voo das intenções
a in.tensão
Na trajetória móbil dos anos de ferro:
o cárcere 68
o medo da meada
o modo da moldura
a dura insônia a fio
desafio e desaforo
verdades que matam:
"abala"
Há aí 5 torturas mil
que não podem calar
na boca da noite: fuzil
é pau
é pedra
é chumbo
é um resto do pouco
é um mouco sozinho
Torres Matrice
21/09/99
Decálogo da Modernidade ( o novo sempre vem )
QUE É de meus valores que estavam aqui?
- a modernidade deletou.
QUE É de meus princípios que estavam aqui?
- os fios levaram pelos meios sem fim.
QUE È de minha língua mater?
- a globalização esfacelou no umbigo eletrônico k-óptiku p vc i pra tdus
QUE É do sexo via corpo?
- o processo virtual reinventou
numa masturbação digital on line.
QUE È dos sentimentos?
- estão diluídos na compulsão giratória dos amores-de-supermercado,
no açougue de carnes expostas pela cam nossa de cada dia.
QUEDÊ meu riachinho choroso?
- ?!
QUEDÊ meus ingênuos brinquedos de criança?
- masturbam-se aos 50 anos pela tela pr'eu gozar minha infância.
CADÊ as cantigas de ninar?
- migraram pros funkinhos em batidas de heroínas e pedras de puro êxtase.
...
CADÊ a vida?
[$$$$$$$$$$$]
DÊ CÀ ávida vida
dê cá logo:
quedê?
Torres Matrice
10/11/2010
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Náufrago
Garrafas e mensagens...
O que a Esperança quer de mim?!
Ronda-me feito matilha:
oceano em torno da ilha...
Eu, sangue estanque,
sequer miro milhas,
que dirá alvoradas!
A esperança é uma graça,
dá e passa!!!
Torres Matrice
04/11/2010
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