E eu que não morro
se tu não vens
sou tão indiferente
ao que tens
que riscos não corro
se me deténs
com o que fere rente
e a outrem agoniza
em fahrenheit.
Não és brisa, mas agitas Bandeira!
Tua face não é lisa...
Não, Elisa!
És áspera e exasperas:
Nêspera em véspera de espera.
Temporã que brota em mim
fora da Era...
E eu que não estou nem aí,
sou diferente, indiferente a ti...
Nada tenho com isso,
mas brotas no meu tempo,
na madeira do papel que leio
e num enleio me apiedo do poeta:
Pietá! Pietá!
És valsa fria
de um amor suplicante!
Sei que tu és
mulher igual a todas,
igual a mil em mil!
Mulher diferente, indiferente mulher!
Sei da voz da Voz
que ensina
que tu és de certo
desumana...
E eu que nem sei de ti,
tirana!,
de fato
achei-te mesmo
desumana,
desumana Elisa!
Torres Matrice
15/04/99
Hai!
C
.
.
A
.
I
da DECEP(altura)
de um
(fra)c.AÇO
Torres matrice
07/02/98
Punho cerrado na boca do estômago da noite
quem estanca o sangue e sangra
singra as águas em pó
não há mais aurora
só o golpe só a dor
sua dor
borboletas dioxina
em sinais de mofina
batem asas
na ânsia do estômago
vísceras revísceras
enjoo neônico e plumas lisérgicas
um voo de vícios e fatalidade
idade do crack
as armas apontam o futuro
um lance de dados marcados
a cena final sob as mangas
na carta no mapa na chance
ninguém leu ninguém pôs
a sorte
depois da porrada o tiro
retiro de tragédia e bala
abala na agulha atravessa o vício
o vírus o frio o beijo e o asfalto
Um só riso e a aurora de junho
a aurora bélica de junho
enfim...
Torres Matrice
06/01/99
Por que esse tempo estridente
rangendo no sangue metálico
essa navalha nos ares
esse peso
essa química que a veia sente
Por que sonambulam feros alados
nesse tráfico de gatilhos surdos
tráfego vermelho de balas fragrantes
que preiteiam a barbárie dos absurdos
num flagrante gosto pela morte
Que pleiteiam esses tempos
os Itinerantes os ávidos os emergentes hardware:
laranja mecânica revisitada
Por que essa vertigem no tempo
essa ferocidade no punho cerrado
esse alucinógeno no ar
do que é por natureza diversionista: O escape.
Errática arma biológica veloz
sonoridade de beijos neonazistas
corações de fogueiras inquisitórias:
juventude medieval hightech
aglomerados hightech
tecnologia globalizada
dosada em seringas de politicalha: TV-fé
o ópio da turba
ferretes comerciais para a manada
nada de poesia
túmulo do amor
Inexorável odisseia no espaço
2001 - ódio e serra no ex-passo: involução
cabeças já rolaram
na vala comum
como um tempo sem humor
Onde o sorriso do gato de Alice?
Torres Matrice
31/03/99