sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

MATILHA DE UM SÓ






Uivo
lancinante uivo
eu, cão danado,
atravesso meu avesso


Noite sem fim...
Eu não me acabo nunca!
Noite densa...


Meu grito corta além...
Solto como uma dor
espalhada no aerado sangue
da Noturna.


Metástese da escuridão...
Sou o uivo infernal e só!!
Soa cão danado! Ladra ladrão de mim!!!
Noite do sem fim.


Na vala do breu
a escuridão é navalha que cega,
rasga o ventre da noite.


No desatino supus o pulo lupino:
Lupus.
Sou o Lobo de mim!
Danação e miséria.


Arrasto-me coxo
gauche
espalho meu sangue
pela areia movediça do deserto que sou.


Lei do Cão! Mondo Cane!
Matilha de um só.





26.04.2006

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